– “se a vida surgiu graças a processos naturais, não existem forças sobrenaturais ou um criador” –, é péssima metafísica? Porque é o tipo de raciocínio que insiste em ver a divindade ou a ação divina apenas naquilo que a ciência atual não consegue explicar, o persistente “Deus das lacunas”. O cientificismo ateu depende desse tipo de deus para continuar fazendo sua propaganda, porque só esse tipo de deus “recua” ou se torna “irrelevante” à medida que o conhecimento científico avança. Pessoas como o repórter do El País ou o químico Kornberg não conseguem (ou não querem) sair desse esquema mental primitivo e fazer considerações mais elaboradas sobre em que consiste a ação divina no mundo, sobre como funciona a Providência, sobre como Deus está por trás das leis da natureza, leis essas que tornam possível algo acontecer “por conta própria”, seja o Big Bang, seja o surgimento da vida, seja a evolução das espécies. Essa “religião” que “recua à medida que a ciência avança” é apenas uma caricatura desenhada por quem não ou do mais básico do básico quando se trata de pensar fora da bolha criada pelos próprios preconceitos.

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