Não é necessário que o Sol tenha saído do seu lugar para que tenha havido algo extraordinário e sobrenatural naquele dia. Há explicações muito mais simples, como uma visão – visão mesmo, no sentido “religioso” da palavra, não uma ilusão de ótica formada por uma combinação de partículas de água assim e assado que refletiam o sol desta ou daquela maneira, dando a impressão de que ele fazia isso e aquilo, aliada às disposições mentais particulares dos que desejavam ver um milagre, resultando em percepções diferentes para cada pessoa que estava na Cova da Iria. Mas, para aceitar essas explicações, é preciso abandonar esse preto-no-branco e ampliar seu “repertório de imaginação”, como me disse o Jorge numa conversa breve que tivemos sobre o artigo de Fiolhais. 2z4x2a
Uma coisa é investigar circunstâncias naturais que possam explicar um fato considerado milagroso, outra coisa é essa espécie de desespero para encontrar uma explicação natural, ainda que ela exija uma série de coincidências dignas de vencedor da Mega-Sena com um único volante de seis dezenas. O artigo de Fiolhais está mais para esse segundo grupo que para o primeiro.