Os danos que a paralisação pode causar aos estudantes são inestimáveis e permanentes. Quantos jovens desistirão do Ensino Médio por causa da paralisação, interrompendo precocemente a própria formação? Qual será o impacto da pandemia na renda futura dos brasileiros que precisam das escolas públicas?

Se a volta às aulas é arriscada, cabe ao Estado criar as condições para que isto seja possível. Governos estaduais e prefeituras, gestores diretos de milhares de escolas, precisam apresentar saídas para o problema. Ao governo federal cabe a coordenação de esforços e liberação de verbas para que a volta às aulas se concretize.

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Será presencial? Se sim, o que será feito para diminuir ao máximo o contágio dentro do espaço escolar? Como sabemos, a estrutura da maioria das escolas públicas é precária. Caso se opte pelo ensino à distância, é importante identificar quais alunos não possuem computador ou o a internet, encontrando soluções para aproveitar alguma coisa do ano letivo.

Nas universidades públicas, em sua maioria fechadas, o mesmo trabalho precisa ser feito. Se um estudante carente abandona os estudos por causa do tempo sem aulas, ele terá um prejuízo permanente incorporado à própria renda, enquanto a universidade deixará de formar um profissional. Todos perdem.

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Qual será a solução encontrada? Não sei. Duvido que seja fácil. Minha certeza é que se trata de um desafio de importância econômica primordial. Além de todo o prejuízo causado aos alunos e à sociedade, uma solução para o problema poderia se transformar numa ferramenta permanente de auxílio ao aprendizado virtual nas escolas e faculdades públicas. Também é uma ótima oportunidade para mapear com precisão inédita as parcelas da população que seguem excluídas do ambiente digital.

Sem dúvidas, trata-se de um dos desafios mais importantes do momento. Estranhamente, o assunto não se faz presente no noticiário. As manchetes abordam, no máximo, os conflitos entre sindicatos e governadores. Pouco se escreve sobre os custos de manter grande parte das escolas e universidades públicas fechadas. Triste país onde o perigoso PL das Fake News é prioridade do Senado, enquanto os estudantes são escanteados do debate. Infelizmente, trabalhar pelo potencial das crianças brasileiras não rende tantos votos quanto fazer pose nos debates vazios que povoam as redes sociais.

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