Dicionário de Política, é um conceito de difícil compreensão, uma vez que a “multiplicidade de definições é demonstrativa não só pela real complexidade do objeto estudado, como também pela pluralidade de enfoques, cada um dos quais acentua, de preferência, um ou outro traço considerado particularmente significativo para a descrição ou explicação do fenômeno”. No entanto, ele procura elucidar dizendo que:

“Em geral, se entende por Fascismo um sistema autoritário de dominação que é caracterizado: pela monopolização da representação política por parte de um partido único de massa, hierarquicamente organizado; por uma ideologia fundada no culto do chefe, na exaltação da coletividade nacional, no desprezo dos valores do individualismo liberal e no ideal da colaboração de classes, em oposição frontal ao socialismo e ao comunismo, dentro de um sistema de tipo corporativo; por objetivos de expansão imperialista, a alcançar em nome da luta das nações pobres contra as potências plutocráticas; pela mobilização das massas e pelo seu enquadramento em organizações tendentes a uma socialização política planificada, funcional ao regime; pelo aniquilamento das oposições, mediante o uso da violência e do terror; por um aparelho de propaganda baseado no controle das informações e dos meios de comunicação de massa; por um crescente dirigismo estatal no âmbito de uma economia que continua a ser, fundamentalmente, de tipo privado; pela tentativa de integrar nas estruturas de controle do partido ou do Estado, de acordo com uma lógica totalitária, a totalidade das relações econômicas, sociais, políticas e culturais.”

Agredir fisicamente adversários políticos e pregar o seu aniquilamento é algo democrático somente na República Popular Democrática da Coreia [do Norte]

Agora, sejamos francos: é possível classificar, a não ser na “oposição frontal ao socialismo e ao comunismo”, o MBL como um grupo fascista? Agora, se fizermos um check-list, quais dessas características elencadas acima cabem na visão e na ação política de aloprados (veja aqui, aqui e aqui) como Glauber Braga – que, para diminuir a vergonha de nosso parlamento, deve ser cassado? Agredir fisicamente adversários políticos e pregar o seu aniquilamento é algo democrático somente na República Popular Democrática da Coreia [do Norte].

Outros esquerdistas, como os ativistas Jones Manoel e Carlito Neto (que apagou o vídeo após reação das redes), também rotularam o MBL de “grupo fascista” e pregaram a agressão a seus membros; o canal Galãs Feios disse ser favorável a bater em membros do MBL (que isso deveria ser lei); e o jurista Walter Maierovitch disse, no UOL, que o MBL é uma “associação delinquencial” e pede prisões preventivas a membros do grupo. Absurdo dos absurdos, mas com total anuência da imprensa tradicional, do judiciário e dos demais políticos.

Tudo isso nos mostra quem são os verdadeiros fascistas e como se utilizam de manipulação conceitual e de uma malandragem semântica (a famigerada filosofia Humpty Dumpty) para aniquilar os inimigos e garantir sua hegemonia no poder. É imperioso resistir.