Partidos de centro e de direita ainda não evoluíram satisfatoriamente no uso desse mecanismo. Em ado recente, não tinham agenda política definida e por consequência não tinham base de ativistas que se mobilizassem por ideias, nem deputados que as representassem. Disputavam personalidades da mídia para virem compor chapa e “puxar” deputados invisíveis. Recentemente, graças às mídias sociais, surgiu nova leva de deputados e senadores, com alta visibilidade,  vínculo direto com seu eleitor e, o que é mais importante, com conteúdo ideológico novo, alternativo à ideologia onipresente da esquerda, um dado positivo quando se considera que até recentemente fazer acordos e comandar votos de seus eleitos era prerrogativa exclusiva de líderes partidários.

A maioria desses novos eleitos e seus partidos ainda não sabem usar a pirâmide. Eles exercem um protagonismo individual, não dão muita importância ao processo interno de criação e aprovação de projetos nas comissões e acham que publicar em suas mídias sociais é equivalente a fazer trabalho parlamentar com eficácia. Boa parte da opinião pública, por desconhecimento desse processo de mudança do país, se satisfaz com um belo discurso na hora certa. O importante, contudo, é ter projeto aprovado, sem nos desfazermos do discurso ou da live, que têm seu lugar e podem até servir para criar uma narrativa que vá negar a ação de outros partidos ou mudar votos dos deputados que têm dúvidas sobre um projeto.

Eles exercem um protagonismo individual, não dão muita importância ao processo interno de criação e aprovação de projetos nas comissões e acham que publicar em suas mídias sociais é equivalente a fazer trabalho parlamentar com eficácia

Assim como a mera divulgação, a criação de um projeto em si também não tem efetividade. Mostra somente que a ideia tem materialidade, mas as chances de aprovação somente em virtude do mérito do projeto é, na prática, zero. Ter um grande partido de apoio por si só também não é garantia de aprovação de matérias, se não houver projetos e nem pessoas com habilidade para defendê-los. Muitos partidos somente reagem à agenda política de partidos menores, mas bem organizados, que agem em pirâmide. Os deputados desses partidos grandes não fazem discurso, não protocolam projetos e só votam as matérias apresentadas pelos demais.

Em suma, a transparência e o vínculo direto que as mídias sociais proporcionam é um avanço, mas mudar o Brasil requer que ativistas, partidos e deputados trabalhem em simbiose na construção do mecanismo de mudança; a pirâmide.

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Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

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