A inatividade física, que já era grande, ficou ainda mais alta. Isso já representa gastos de R$ 300 milhões ao SUS. De um modo geral, o estilo de vida dos brasileiros piorou durante o isolamento social. As escolhas alimentares, o aumento do tabagismo, do consumo de álcool, de drogas, da violência doméstica, o uso excessivo de telas, de dispositivos eletrônicos. A falta de exposição ao sol, a falta de convívio com amigos, colegas, parentes... Depressão, desemprego, dificuldades financeiras... Subnutrição, falta de o a moradia, a remédios... A pobreza mata.
Temos agora uma “pandemia de inflação”, que atinge sempre, implacavelmente, os mais carentes. Sim, o que enfrentamos é um fenômeno mundial. A inflação está alta até no país mais rico do mundo, os Estados Unidos, até no país mais rico da Europa, a Alemanha. “A economia a gente vê depois”, diziam... Pois bem, o depois chegou, o resultado de restrições à produção de bens e serviços. E uma enorme quantidade de empresas quebrou, principalmente pequenas e médias. A redução da oferta, a quebra da cadeia produtiva, dificuldades logísticas, isso agora tromba com o excesso de dinheiro despejado por bancos centrais mundo afora. Não há equilíbrio entre oferta e demanda.
Desde o surgimento do novo coronavírus, contamos as mortes por Covid numa só totalização. Por quanto tempo será assim? E por quanto tempo teremos de contar as mortes de quem, diante de tantas medidas restritivas impostas, abandonou tratamentos médicos, deixou de fazer exames, engordou, entrou em depressão, perdeu a renda e agora perde da inflação? É dura a relação entre pobreza e queda da expectativa de vida. Atropelaram questões sanitárias e econômicas fundamentais... E por muitos anos haverá vítimas dessa onda irracional que varreu os continentes prometendo proteção contra a Covid. A pergunta é: quem terá a coragem de contar todos esses mortos?
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos