
Girão relata as suas economias: “por exemplo, carro oficial, nós consideramos que não tem necessidade. Hoje em dia, temos aplicativos, táxi. E o salário do senador é bom, pode alugar um carro. Nós também abrimos mão do plano de saúde, que é vitalício para senadores e dependentes, abrimos mão de imóvel funcional e do auxílio-moradia. Aposentadoria especial também”.
Kajuru fala da economia com deslocamento e viagens: “Venho de carro, uma hora e quarenta. Por que eu iria gastar agem aérea? Tem senador de Goiás aqui que foi para Barcelona, Espanha. ‘Ah, mas senador tem que ir para representar o Senado’. Eu não vou representar o Senado b... nenhuma. Eu tenho que representar é o povo de Goiás, o povo do Brasil, trabalhando aqui todo dia”.
Ele também abriu mão do plano de saúde e de 50% do salário de R$ 33,7 mil. “Sou o único que abre mão, registrado em cartório. Destino a instituições sérias em Goiás. Aqui, gente morre de rir todo dia. Tem um senador que gastou R$ 5,8 mil com correios em maio, num mundo de hoje que é digital. Isso é um desrespeito ao dinheiro público. Eu vou gastar dinheiro com consultoria? Estão brincando comigo. Plano de saúde, eu pago do meu bolso”.
Girão gastou apenas com agens aéreas até Fortaleza, R$ 7,2 mil até agora. “A cada 15 dias, vou para o estado. o de sexta a segunda visitando a capital e interior. Vou de carro próprio. Aqui em Brasília é um pouco ilha da fantasia. Você tem que estar em contato com o povo para não perder essa sensibilidade. Optei por morar em Brasília porque tenho consciência das minhas limitações. Estou me dedicando de segunda a sexta aqui”.
Kajuru gastou R$ 8,5 mil com escritório nos dois primeiros meses: “Isso eu combinei, nos dois primeiros meses, como sou obrigado a ter um escritório político, eu faria uma despesa pequena, para pagar o aluguel, IPTU, água, energia, e no terceiro mês eu já não gastaria nenhum centavo. Eu consegui uma coisa que nunca aconteceu no Brasil, compartilhei o meu escritório com um deputado federal e uma vereadora, combinando que eles pagassem as despesas. Eu agora não gasto nenhum centavo”.
Vanderlan gastou R$ 2 mil com divulgação, R$ 2 mil com material da consumo e R$ 5,7 mil com escritório de apoio. No segundo semestre, vai distribuir livros para bibliotecas e estudantes com recursos do Senado. Ele também mora em apartamento funcional. “Gosto de almoçar em casa, coisa simples. Trouxe até a minha cozinheira”, afirma o empresário goiano (assista à entrevista abaixo).
Os senadores “sem mordomias” também são econômicos nas contratações. Reguffe tem apenas oito assessores no seu gabinete. Girão contratou 15 e Kajuru conta com 25. Os mais fartos são os de Leila (35) e Vanderlan (36). O gabinete mais lotado do Senado, de Izalci Lucas (PSDB-DF), já tem 84 assessores.
Procurada pela reportagem, a senadora Leila não quis se manifestar. Girão afirma que todas essas economias são importantes, mas sabe que não resolvem tudo. “Nós podemos fazer uma economia forte. Eu fico feliz de estar colaborando. Isso vai resolver o problema do Brasil? Não vai, tenho consciência que não vai. Mas o papel do líder é, também, dar o exemplo do que pode fazer para economizar”.