A presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), entrou em licença para tratamento de saúde e mergulhou na campanha municipal, visitando 64 municípios paulistas em um mês e meio. “Ela não para”, é a sua hashtag. Os eventos do partido formam aglomerações e não seguem todos os cuidados necessários durante a pandemia da Covid-19. Como se trata de licença médica, a deputada continua recebendo salário da Câmara e abriu vaga para o suplente.

Dois outros deputados tiraram licença para “tratar de interesse particular”, foram substituídos pelos suplentes e também entraram na campanha, mas sem receber salários. Capitão Wagner (PROS-CE) é candidato a prefeito de Fortaleza. Já fez carreata, eio de bicicleta, “adesivaço” e muitos contatos físicos com eleitores, com uso de máscara.

O deputado Tito (Avante-BA) tirou licença de 29 de maio a 29 de setembro. ou esse período fazendo entrega de tratores, equipamentos agrícolas, lanchas, equipamentos de rádios comunitárias em Barreiras e cidades próximas. Em 22 de setembro, oficializou a sua candidatura a prefeito de Barreiras. A campanha eleitoral começou oficialmente em 27 de setembro.

Os suplentes de Renata Abreu, Capitão Wagner e Tito – Sinval Malheiros (Podemos-SP), Dr. Agripino Magalhães (PROS-CE) e Dr. João (PROS-BA), assumiram os seus mandatos e logo receberam o auxílio-mudança, no valor do salário de deputado (R$ 33,7 mil). Na verdade, trata-se de um salário extra porque não há mudança. Os deputados moram em imóveis funcionais, entregues mobiliados, ou em hotéis, pagos com o auxílio-moradia.

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"Ela não para"

Renata Abreu teve um bebê em 21 de março. Licenciou-se do mandato e entrou em licença maternidade, pelo prazo de 120 dias, a partir de 21 de março. Em seguida, teve “licença para tratamento de saúde prorrogada” por mais 120 dias, a partir de 19 de julho, como mostram os registros da Câmara.

Em 2 de setembro, ela participou de reunião da Executiva Nacional do Podemos para deliberar sobre as eleições municipais. Dois dias depois, estava na convenção do Podemos de Praia Grande para oficializar os candidatos a prefeito, vice e vereadores naquele município. Estava lançada a hashtag “ElaNãoPara”. Em 11 de setembro, lançava os candidatos a prefeito e vice no Guarujá. No dia seguinte, estava na convenção de Taboão. Dia 13, ou por Itanhaém.

Dia 14, esteve em Santa Bárbara D’Oeste, na região metropolitana de Campinas. Manteve contatos com candidatos desta cidade e de municípios vizinhos, como Espírito Santo do Pinhal, Capivari e Iracemápolis. No mesmo dia, esteve em Limeira. E assim seguiu o rally eleitoral. Segundo informação da assessoria da deputada, ela chega a percorrer 700 km num dia.

Em 28 de setembro, esteve novamente na região de Campinas, saudando os candidatos a prefeito de Paulínia, Holambra, Cosmópolis e outras cidades. “Vamos fazer a diferença nestas eleições. E o segredo é suor, saliva e sola de sapato”, escreveu nas redes sociais. No dia 4 de outubro, ela comemorou o “domingão de excelentes encontros” com candidatos da Zona Leste da capital e Osasco. Renata Abreu fez “mais um giro eleitoral pelo interior de São Paulo” em 8 de outubro, ando por Araçatuba, Birigui, Penápolis e encerrando em Andradina.

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Aglomerações nos eventos políticos

Em 4 de outubro, a deputada encerrou o sábado em São Vicente, prestigiando o lançamento da campanha do candidato a prefeito Kayo Amado. O ginásio esportivo Petrópolis foi pequeno, o que causou uma enorme aglomeração, com pessoas encostadas ombro a ombro. Três dias mais tarde, nova aglomeração, com pessoas amontoadas numa sala no lançamento de candidatos a vereador na Zona Leste (foto abaixo).

Em 10 de outubro, ou por Araçariguama para cumprimentar candidatos a prefeito e vereador. Numa sala onde havia 11 pessoas, todas muito próximas, apenas a deputada e outra mulher usavam máscara de proteção contra a Covid.

Em nota enviada ao blog, a assessoria da deputada Renata Abreu afirmou que ela “participou de eventos nas campanhas nos últimos dias, respeitando recomendações sanitárias, como uso máscara e álcool em gel. E sempre guardando tempo de afastamento de casa, que não comprometa a amamentação ou tirada de leite”.

Sobre a licença para “tratamento da saúde” que tirou, afirmou: “A câmara possui apenas licença saúde. Não há no regimento previsão de licença maternidade, por incrível que pareça. A deputada se afastou em período antes do parto, porque na gravidez avançada é recomendável que se evitem voos. Isso no caso dela é necessário, visto o deslocamento SP-BSB. Em seguida, prorrogou a licença inicial de quatro meses, que continua intitulada como saúde pelo regimento, em razão da amamentação constante”.

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