
Bolsonaro tirou férias a partir de 19 de dezembro. Inicialmente, ou alguns dias hospedado no Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul, no litoral norte de Santa Catarina. No dia 21, esteve numa festa com o empresário e apoiador Luciano Hang e o apresentador Ratinho. O custo do escalão avançado ficou em R$ 198 mil nessa viagem. No dia 23, recebeu o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, no Palácio da Alvorada. Depois, ficou sem agenda oficial até 4 de janeiro.
Ao longo do ano, Bolsonaro já havia torrado R$ 906 mil em viagens para descansar no Guarujá, em janeiro, no Carnaval e no feriado de 12 de outubro. Com mais uma viagem no Dia de Finados, no início de novembro, ao custo de R$ 334 mil, e o “retiro” nas férias de dezembro, a conta pega pelo contribuinte chegou a R$ 2,1 milhões.
Em 28 de dezembro, o presidente participou de um jogo beneficente na Vila Belmiro, em Santos, organizado pelo ex-jogador Narciso. Com a camisa 10 de Pelé, Bolsonaro marcou um gol e desabou em campo, exausto. A comemoração foi com o gesto da “arminha” – símbolo da sua campanha pelo porte de armas. O evento arrecada donativos para a campanha Natal Sem Fome. Houve muita aglomeração na hora das fotos com amigos e simpatizantes, todos sem máscaras de proteção.
No dia seguinte, o presidente saiu para o seu tradicional eio de moto pelas ruas do Guarujá, sempre escoltado por seguranças da Presidência da República e por policiais militares. No dia 30, quarta-feira, provocou nova aglomeração ao ear numa praia, onde cumprimentou apoiadores e posou para muitas fotos. O presidente e a maioria das pessoas não usavam máscara. No dia 1º do ano, eou de barco e pulou no mar, nadando até um local em que havia muitos banhistas, todos sem máscaras.
Em 2 de novembro, o presidente já havia tirado a folga de Finados em Guarujá, ao custo de R$ 334 mil. eou de moto no sábado, esteve na praia e visitou quiosques. No domingo, jogou partida de futebol entre a sua equipe e militares no Forte dos Andradas. O forte está localizado no Morro do Monduba, uma área de preservação de Mata Atlântica, de o , mas Bolsonaro prefere a agitação. Nos seus eios, deu autógrafos e fez selfies com iradores, sem preocupação com distanciamento social e uso de máscaras recomentados pelas autoridades sanitárias.
As nove viagens de Dilma para descansar na Base Naval de Aratu custaram R$ 1,97 milhões, mas ao longo de quatro anos, sempre no réveillon e no Carnaval. No final de dezembro de 2011, a lancha utilizada pela presidente Dilma e familiares durante a folga foi alugada por R$ 33 mil. A despesa foi paga “em espécie” porque o empresário não trabalhava “com cartão de crédito”. Um séquito de seguranças, assessores, cozinheiros, copeiros, faxineiros, acompanhou a presidente. Essa viagem custou R$ 235 mil. Todos os valores de gastos de ex-presidentes foram atualizados pela inflação.
Na folga do Carnaval de 2012, a hospedagem de integrantes da comitiva de apoio à presidente Dilma na Base de Aratu, de 16 a 22 de fevereiro, custou R$ 120 mil. Mas essa viagem teve umas despesinhas extras. Foi necessário alugar um gerador de energia para iluminar as instalações onde a presidente ficou hospedada. A locação, no valor de R$ 10 mil, ocorreu em razão da constante falta de energia elétrica na Base Naval.
A presidente também esqueceu de levar vara de pescar. A prestação de contas dos gastos com cartões corporativos mostra que foram comprados três varas e três molinetes, por R$ 270, que “foram utilizadas pela excelentíssima senhora presidente da República”. A presidente não abria a carteira para nada. Os equipamentos foram comprados na Terra e Mar Comercial de Pesca, em Salvador. A viagem custou R$ 135 mil.
O blog teve o ao custo das viagens realizadas pelos presidentes Michel Temer, Dilma Rousseff e Lula enquanto estiveram no cargo de presidente da República. As viagens incluem os deslocamentos dos integrantes das comitivas e equipes de apoio e segurança do Presidente da República. Essas despesas englobam, principalmente, gastos com hospedagem, alimentação, locação de veículos, serviços de telecomunicações, despesas aeroportuárias e refeições nas aeronaves presidenciais.
Quando presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva também gostava do Guarujá, onde ficava hospedado no Forte dos Andradas. Em quatros folgas no litoral paulista, gastou R$ 800 mil. No Carnaval de 2008, Lula desceu de helicóptero na instalação militar. A despesa da estada chegou a R$ 278 mil. Em janeiro de 2017, Lula ou um período de férias no Forte. Foi flagrado caminhando pela praia com a mulher, Marisa. Essa viagem custou R$ 236 mil.
Em fevereiro daquele ano, retornou ao Guarujá no Carnaval. Mais R$ 153 mil na conta do Tesouro. Em janeiro de 2010, aproveitou as duas bases. Chegou a Salvador no dia 31 de dezembro e ou seis dias em Aratu. No dia 6, voou com a família para o Guarujá. A viagem a Salvador custou R$ 128 mil; para o litoral paulista, mais R$ 130 mil. Um total de R$ 258 mil na conta do Tesouro.
Em outro roteiro duplo, em janeiro de 2009, Lula ou o réveillon em Fernando de Noronha e voou para a Base de Aratu no dia 5. A primeira parte da viagem custou R$ 47 mil. A segunda parte, R$ 127 mil. Em janeiro de 2006, o presidente ou mais uma temporada em Aratu. Mais R$ 142 mil de despesas. No feriado de Finados, em novembro daquele ano, Lula e a mulher retornaram a Aratu para mais uma folga. Seguiram de carro da Base Aérea para seu retiro. As viagens de Lula pra Aratu somaram mais R$ 485 mil.
Bolsonaro, que tem preferido o Forte dos Andradas, no Guarujá, também esteve em Aratu, no réveillon de 2019. Estava acompanhado da filha Laura e de mais 30 pessoas. Chegou no dia 28 de dezembro. Dois dias depois, visitou o Farol da Barra e o Museu Náutico da Bahia. Fez contato com apoiadores, que o chamaram de Mito”. Mas, naquele ano, ainda não havia a Covid-19. Os gastos dessa viagem ainda estão sob sigilo.
Os detalhes das despesas estão registrados nas prestações de contas dos cartões corporativos. Podem ser obtidos em visitas presenciais aos arquivos da Presidência da República. E só estão disponíveis os gastos dos ex-presidentes. Como prevê a Lei de o à Informação, os dados relativos ao atual presidente ficam em sigilo até o término do mandato. Por enquanto, o que está disponível são apenas as despesas com os escalões avançados. Ou seja, o total de despesas é ainda maior.