Nas palavras do relatório, o mercado de carbono está sendo usado “por governos ocidentais, empresas de consultoria e organizações filantrópicas empenhadas em promover uma agenda e interesses pró-Ocidente à custa de África”.

A Survival assegura, ainda, que “não existe qualquer evidência empírica de que o suposto pastoreio rotativo planeado seja mais benéfico para a acumulação de carbono no solo do que o padrão tradicional de gestão da terra pelos povos pastoris”.

“Os pastores nômades já eram afetados pela crise climática e, agora, também são afetados pelas supostas soluções para a crise climática”, afirma Fiore Longo, da Survival. “Esses créditos de carbono não servem para nada, mas permitem que a Meta, a Netflix ou a Kering continuem a emitir e a colocar nas suas páginas de internet o selo 'Seremos net zero” em 2030. (...) Esta abordagem encoraja as nações ricas e as grandes empresas a continuarem a poluir o planeta, em detrimento de África”.

Resumindo: em vez de reduzir suas próprias emissões, os países ricos usam o mercado de créditos de carbono como uma forma de “greenwashing”, que permite que continuem poluindo (e “compensando” a poluição com a compra de créditos), enquanto vendem uma imagem de bom-mocismo ambiental – sempre à custa dos outros. Não é difícil entender onde o Brasil se encaixa nesse modelo.

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