O truque era tão sinistro que envolveu uma organização internacional, a Opas, como testa de ferro para limpar toda a operação que, além de monetária, tinha um caráter clandestino e possivelmente criminosos, pois colocou em situação análoga à escravidão mais de 15 mil cubanos que aram pelo Brasil entre 2013 e 2018.
Esta mesma Opas, que foi instrumentalizada como uma sessão de interesses cubanos em Washington, D.C., agora tem como candidato do governo Bolsonaro um dos artificies da escravidão dos cubanos, que o próprio Jair Bolsonaro denunciou quando ainda era candidato e também depois de eleito.
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Sendo assim, não dá para não supor que tem alguém aconselhando muito mal o presidente nesta campanha pela Opas e, por que não?, em outros temas que acobertam o petismo raiz no governo.
Um outro exemplo: Bolsonaro levou três anos para descobrir que uma organização fundada e dirigida por petistas istra, sem licitação, programas de microcrédito no Nordeste. Caso tão esdrúxulo que, nesta semana, desaguou em uma arbitrariedade da Polícia Federal que intimidou o jornalista que tem denunciado as irregularidades. Sem mandado judicial, dois agentes ameaçaram funcionários do edifício onde mora o jornalista cearense Donizete Arruda e entraram em seu apartamento, em Fortaleza, para inquiri-lo sobre quais eram suas fontes no caso. Uma fila de violações contra direitos constitucionais não só do jornalista (sigilo de fonte) como de qualquer cidadão que tem a inviolabilidade de seu lar garantida.
O PT deixa o poder, mas nunca perde o Poder.
Este ano, completam-se dez anos que o governo da presidente Dilma Rousseff se tornou parte de uma infâmia. Nos últimos dias de dezembro de 2012, o então diretor da Opas no Brasil, o cubano Joaquim Molina, protocolou no Ministério da Saúde o documento que daria origem ao Programa Mais Médicos.
A manutenção ou não da candidatura de Jarbas Barbosa na Opas será um bom exemplo para nos mostrar quem mudou. Ou foi Jair Bolsonaro, ou foi Cuba
A Justiça brasileira tentou por várias vezes barrar. Em uma ação movida pela Procuradoria da República em Brasília chegou-se a pedir o ressarcimento dos recursos pagos pelo Brasil a Cuba, por meio da Opas. Embora o juiz tenha reconhecido a legitimidade do pedido, não pode fazer muito sob o argumento de que a entidade goza de imunidade.
No mês ado, entretanto, a Justiça dos Estados Unidos deu sequência a uma ação movida por médicos que processam a Opas por terem sido escravizados no Brasil. A corte entendeu que a Opas não tem imunidade para escravizar. Ou seja, não existe imunidade absoluta para extrapolar o papel definido da organização. O exemplo deveria servir para o Brasil, que tenta reaver os bilhões de reais que foram roubados dos médicos por meio da triangulação entre governo federal (leia-se PT), Opas e o regime cubano.
Nesta eleição para direção da Opas, Bolsonaro tem em suas mãos o poder de deixar tudo como está elegendo o petista Barbosa. Ou pode se esforçar para tentar mudar a entidade que tem funcionado há décadas sob influência cubana.
A manutenção ou não da candidatura de Barbosa na Opas será um bom exemplo para nos mostrar quem mudou. Ou foi Jair Bolsonaro, ou foi Cuba.
É esperar para ver.