Deram carinho para Xiomara na esperança de que ela se encantasse pelo esquerdismo californiano da vice-presidente Harris. Uma tolice comum de progressista gringo e europeu que acha que comunas latinos são apenas uma versão rústica de seu esquerdismo perfumado.

Assim que os americanos decolaram de volta para casa, Xiomara Castro caiu nos braços de Xi Jinping. Baixou em Pequim para fechar acordos e trocar afagos, e mandou as relações com Taiwan às favas.

Antes esse fosse o maior dos erros. Em setembro, a istração Biden desbloqueou US$ 6 bilhões do regime iraniano, formalmente em troca de cinco reféns. Desde que foi fundada em 1979, e para todo o sempre, a teocracia iraniana tem dos objetivos centrais, sendo muito difícil classificar qual seria o primeiro e qual seria o segundo: aniquilar Israel e os judeus e destruir o “Grande Satã” – no caso, os Estados Unidos.

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O Irã, que foi recapitalizado por Biden, é o patrono do Hezbollah, o financiador do Hamas, o fornecedor de drones e foguetes que são despejados na cabeça dos ucranianos, realiza ataques cibernéticos em instalações críticas dos Estados Unidos e seus aliados, e trabalha seriamente para ter uma bomba atômica.

Voltando para a América Latina, há a vexatória complacência de Biden com Nicolás Maduro. O ditador venezuelano é declaradamente o maior inimigo dos Estados Unidos, seus valores e seu povo. Seu regime, que criminalizou a Venezuela, funciona como um entreposto de cocaína que irriga as marras (como são chamadas as gangues) centro-americanas, infla o poder dos cartéis mexicanos e entope as ruas dos Estados Unidos de drogas com os seus efeitos diretos: viciados, pobreza, violência e caos. Para quem não se lembra, Maduro chegou a ter familiares presos em flagrante vendendo diretamente drogas.

Mas, para atender o lobby das petroleiras, que são generosas financiadoras de campanha, relaxou as sanções contra o regime de Maduro. A desculpa era um ato de boa-fé americano para Maduro libertar presos políticos e aceitar a realização de eleições livres. As sanções caíram, Maduro não entregou nada, e ficou por isso mesmo. Enquanto isso, Juan Guaidó foi abandonado às feras, quando o líder opositor minguou diante da inevitável permanência da ditadura na Venezuela. Movimentos semelhantes foram feitos em favor do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva contra o então presidente Jair Bolsonaro.

Do jeito que as coisas vão nos Estados Unidos, parece que há um vibrante programa de ajuda aos inimigos, enquanto os amigos... ah, os amigos... melhor nem comentar

Biden não só abriu as portas do regime venezuelano para os investimentos americanos, mas também brasileiros. A Petrobras não esperou nem um dia sequer para anunciar com satisfação a volta dos investimentos na ditadura amiga e segunda mais querida de toda a América Latina, atrás apenas de Cuba.

Falando na ilha, Biden também derrubou medidas de Donald Trump que endureciam a relação com Cuba. Liberou o turismo e aumentou as cotas de remessa de dinheiro para ilha – duas das principais fontes de dólares para o regime, atrás apenas da escravidão de seus cidadãos exportados como “produtos” para trabalhar no exterior, como ocorreu no Brasil entre 2013 e 2018, no programa Mais Médicos.

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