O ministro, diante da reação à calamidade que cometeu, e cobrado a fazer uma retratação, disse que não quis “ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente”. Também assegurou que aceita a existência de “uma visão de mundo conservadora e democrática” e tem “o maior respeito por todos os políticos democratas”. Que sorte a nossa, não? O difícil, de qualquer forma, é determinar qual o grau de sinceridade dessas desculpas. 3r6f17
Para resumir a ópera: Barroso disse durante a campanha eleitoral, num ato de militância política em Nova York, que Bolsonaro era “o inimigo”. Disse um caminhão de coisas do mesmo tipo. Tire, aí, suas próprias conclusões. Outra complicação é harmonizar, como dizem os garçons, a retratação de Barroso com a última bula ideológica expedida pelo ministro da Justiça do governo Lula. Segundo ele, a internet tem de ser censurada porque serve de plataforma às “ideias da direita”. É mesmo? E onde está escrito, em alguma lei em vigor neste país, que é proibido ter ideias de direita? Pelo que escreveu em sua nota de explicação, Barroso acha que o cidadão pode ser de direita no Brasil. O ministro da Justiça acha que não pode. Como é que fica, então – pode ou não pode?