O cientista político Fernando Meireles, um dos responsáveis pela pesquisa, explica que esses requerimentos votados em plenário buscavam alterar, postergar ou retirar de pauta a análise da reforma. Por isso, a análise do posicionamento de cada deputado nessas votações por meio de um algoritmo permite a identificação de parlamentares que se posicionaram com mais consistência em defesa ou oposição à reforma.

Um dos principais achados da pesquisa foi a confirmação de algo que já havia sido percebido por parlamentares e analistas políticos: a reforma da previdência transcendeu a clivagem clássica entre governistas e oposicionistas. Havia apoiadores da reforma fora da base e aliados do governo contrários ao texto. O recorte paranaense dá conta de mostrar esse fenômeno.

Paulo Eduardo Martins, por exemplo, apesar de ocupar com certa folga o posto de defensor mais ferrenho da reforma no Paraná, não é do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Outro achado interessante da pesquisa foi apontar como aliados ligados às carreiras militares não entregaram um apoio sólido à Proposta de Emenda à Constituição. No Paraná, Sargento Fahur (PSD) é um bom exemplo. Bolsonarista de quatro costados, ele ficou mais próximo de deputados contrários à reforma, como Gustavo Fruet (PDT), que de Paulo Martins. O resultado ilustra o dilema desses parlamentares que ficaram entre o apoio ao governo e a defesa dos interesses de suas classes.

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