No último dia 2 de agosto, a Polícia Federal bateu na porta de Zambelli. Os agentes cumpriam mandados de busca e apreensão numa operação que apura invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça numa tentativa de inserir documentos falsos, inclusive um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. A investigação levou à prisão do hacker Walter Delgatti Neto, conhecido pelo seu envolvimento na Vaza Jato.
No depoimento que deu à polícia, Delgatti Neto acusou Zambelli de ter ordenado a invasão e financiá-la. Aos investigadores, ele disse que 'foi pago para ficar à disposição da deputada'. Citou os assessores que o teriam pago, e disse que a transferência foi feita via PIX. Também mencionou o próprio Bolsonaro, revelando que, durante um encontro, o ex-presidente teria perguntado se 'munido do código fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica'.
A tentativa destrambelhada de invadir o sistema da Justiça serviu para aumentar a fervura de Zambelli no círculo íntimo de Bolsonaro. O caso, afinal, descambou também para afetar o ex-presidente, recentemente tornado inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Segundo a coluna de Igor Gadelha, no portal Metrópoles, 'ao saber da notícia, Bolsonaro teria classificado Zambelli como maluca, inconsequente e tóxica'.
Além do caso envolvendo o hacker da Vaza Jato, a deputada enfrenta outras 4 investigações no âmbito eleitoral. Isolada dentro do bolsonarismo, é improvável que seja defendida até mesmo pela integralidade da bancada do PL, que parece dividida quanto ao seu futuro político. Preservar seu mandato, afinal, pode significar o prejuízo de ela permanecer em evidência. O cálculo é que perambulando pelo Congresso, Zambelli possa representar um risco maior do que correndo armada pela rua."