Como a Igreja cristã deve se portar diante da vitória dos socialistas no Brasil, fruto da vitória na guerra híbrida de que fomos vítimas, e frente à “perseguição branca” estimulada por esquerdistas?
1. Para os cristãos, é necessário reforçar os relacionamentos mais próximos, sobretudo os familiares. Diante desse novo mundo, precisamos aplicar energias e ideias em submissão à Escritura para reforçar os vínculos familiares, solidificando as relações entre os casais, entre os pais e os filhos, e até mesmo reforçando os laços com a família estendida.
2. Os cristãos devem se preparar e preparar suas igrejas para a perda das liberdades que têm usufruído. Um exemplo é a educação doméstica. Esquerdistas odeiam a educação doméstica, pois filhos bem-educados e que recebem cedo a fé no Salvador Jesus dificilmente caem em suas garras. Assim, os pais que têm optado por esta modalidade não devem esperar que ameaças às suas liberdades batam em sua porta. É preciso antecipar agora movimentos para não experimentar problemas depois diante da burocracia estatal. Portanto, pais que educam seus filhos em casa devem se conectar, formar associações, constituir advogados, procurar deputados e senadores para protegerem suas liberdades.
A Igreja cristã já tem sofrido uma “perseguição branca” por parte do globalismo pagão, sem derramamento de sangue, pois não visa criar mártires. Ela promete aos cristãos todas as garantias que um Estado pode conceder, para depois roubá-las uma a uma
3. Os cristãos devem reforçar os vínculos eclesiásticos, enfatizando a importância de igrejas centradas na Palavra e nos Sacramentos; também devem buscar a reforma constante da igreja, por meio da pregação da Lei e do Evangelho como ensinado na Escritura Sagrada. As igrejas devem buscar renovação pelo Dom do Espírito Santo, que vem por meio de despertamentos e avivamentos. Também as igrejas devem se preparar seriamente para uma “perseguição branca”, repensando as estruturas eclesiásticas, o compartilhamento de informações, a preservação dos dados pessoais de membros de igreja (na Coreia do Sul há como igrejas evangélicas destruírem com rapidez todos os dados dos membros em caso de invasão da Coreia do Norte ou da China comunista). As igrejas devem priorizar a catequese, como meio de se proteger da infiltração dos infames “cristãos progressistas”, que sonham em tornar a Igreja cristã uma ONG inofensiva a serviço do Estado pervertido dos socialistas.
4. As igrejas cristãs devem ser o espaço de fomento de escolas cristãs e faculdades cristãs, criando estruturas alternativas independentes melhores que aquelas oferecidas por um Estado esquerdista decadente.
É necessário que a Igreja cristã redescubra a disciplina arcana, isto é, a “disciplina do mistério”, um termo teológico usado para descrever o costume que prevalecia entre as igrejas apostólicas e pós-apostólicas. Nesse costume, o conhecimento dos mistérios mais íntimos da fé cristã era cuidadosamente guardado dos não cristãos e até mesmo daqueles cristãos que ainda não tinham sido batizados. Usando a imagem do Tabernáculo do Antigo Testamento, a igreja era o local onde os cristãos encontravam o “Santo dos Santos”. Assim, para as comunidades cristãs primitivas, era razoável que a adoração não fosse aberta a todos. Por isso, elas enfatizavam a preservação do significado dos atos litúrgicos, restringindo-os aos membros já iniciados na fé cristã. Tratava-se de uma dinâmica na qual o significado de alguns símbolos e ritos litúrgicos permanecia em “segredo” entre os membros da igreja. Daí a expressão “disciplina do mistério”, que fazia distinção entre os batizados e os não batizados, entre aqueles preparados para receber a ceia do Senhor e aqueles que eram excluídos dela, dando maior ênfase ao culto e à catequese. O catecúmeno não era um membro pleno da comunidade, e um lapso disciplinar – ou seja, uma queda em pecado público – podia significar a obrigatoriedade de a pessoa recomeçar todo o processo. Portanto, o batismo se tornou um símbolo da separação entre o fiel e um mundo pagão em decadência. Desse modo, somente cristãos batizados partilhavam a ceia do Senhor e confessavam o credo da igreja. O convite do evangelho era apresentado com salvaguardas quanto à identidade, integridade, singularidade e exclusividade da mensagem cristã. Por isso, os cristãos dessas comunidades podiam identificar-se com os problemas cotidianos de seu mundo sem que, com isso, perdessem sua identidade cristã, reencontrada sempre nas celebrações comunitárias.
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O grande desafio que os cristãos no Brasil enfrentarão será como viver uma vida ética num país sem regras, sem lei e sem ordem, entregue ao arbítrio dos poderosos, idólatras do Estado socialista. Igrejas cristãs reformadas pela Palavra e avivadas pelo Espírito podem ser o espaço de um viver ético autêntico e verdadeiro. Pois, no fim, as grandes barreiras ao Estado totalitário são a família e a igreja, bem como as escolas livres. Este é nosso campo de batalha. Que Deus nos ajude, e nos sustente até a volta triunfante do único Messias, o Senhor Jesus, que “matará [o anticristo] com o sopro de sua boca e [o] destruirá pela manifestação de sua vinda” (2Tss 2,8).
Ó Senhor Onipotente, e Deus sempiterno, digna-te, nós te imploramos, dirigir, santificar, e governar tanto nossos corações como nossos corpos, no caminho de tuas leis, e na prática de teus mandamentos; a fim de que, por tua poderosíssima proteção, sejamos, agora e sempre, preservados em corpo e alma; mediante nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém.