Seria irônico caso Biden fizesse algo parecido. E não é que ele fez?

Na sexta-feira, 26 de novembro de 2021, ele afirmou em declaração oficial do governo que: “Na manhã de hoje fui informado pelo meu conselheiro médico em comando, Dr. Tony Fauci, e pelos membros de nossa equipe de resposta ao Covid, sobre a variante ômicron, que está se espalhando pela África Meridional. Como medida de precaução, até que tenhamos mais informações, estou ordenando novas restrições a viagens aéreas vindas da África do Sul e de outros sete países. Essas novas restrições começam a valer em 29 de novembro. Conforme avançarmos, continuaremos a nos guiar pelo que a ciência e minha equipe médica disserem”.

Esse é mais um caso da diferença brutal de tratamento que a grande imprensa norte-americana dá a um presidente democrata em comparação com o que faz a um presidente republicano. Quando a comparação se dá com Donald Trump, então, a disparidade fica ainda mais absurda.

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Com o nível de confiança da população na imprensa caindo ano após ano, e com o surgimento de canais alternativos de informação – mesmo em meio aos arroubos de censura das grandes plataformas digitais –, a força dos grandes tem diminuído sensivelmente. As tiragens também. A tríade liberal da grande imprensa norte-americana (New York Times, Washington Post e CNN) tem ignorado as muitas falhas e erros de Biden. A presidência do democrata tem sido considerada a pior das últimas décadas, e as pessoas percebem isso. E já estão tão acostumadas a receber da grande imprensa informações com parcialidade e descaso pela verdade que nem sequer buscam algo sério nos portais desses órgãos.

Em meio a essa crise, que não é exclusiva dos Estados Unidos, as pessoas ainda discutem os malefícios das fake news e se o Estado deve ou não interferir na liberdade de expressão dos cidadãos. Ora, a grande imprensa tem praticado a mentira e a ocultação por décadas, sem nunca ter sido sequer oestada por isso. E agora, quando o sujeito comum – que não tinha a menor condição de disseminar suas ideias antes da internet – decide expressar suas opiniões sobre tudo o que acontece nesse planeta, algum burocrata impõe uma decisão e acaba com a vida do sujeito.

A pandemia foi o maior presente que os governantes mal intencionados poderiam pedir

A chegada da variante ômicron tem tudo para desencadear mais uma enxurrada de coberturas parciais e enviesadas, ao mesmo tempo em que informações preciosas serão solenemente ignoradas por não corroborarem com as narrativas em vigor. As trapalhadas de Biden serão esquecidas, e algum podre de Trump será desenterrado. Resta-nos saber se a internet livre triunfará ou se as mãos pesadas do Estado conseguirão esmagá-la, regulá-la e torná-la inócua em termos da propagação do debate honesto de ideias.

A pandemia foi o maior presente que os governantes mal intencionados poderiam pedir. Estamos todos sendo testados, nossos limites estão sendo esticados, nossas liberdades sendo corroídas, tudo sob o título geral de “combate ao coronavírus”. Hoje é por isso; amanhã será por mera satisfação dos caprichos de quem governa. A sabedoria popular neste caso é perfeita: por onde a um boi, a uma boiada.