Quem poderia imaginar que menos policiamento significaria mais crimes, não é mesmo? Noutros tempos, quando ninguém duvidava que a grama fosse verde, talvez essa obviedade não precisasse ser chancelada por estudo acadêmico algum. Hoje, todavia, nem mesmo um tal estudo parece capaz de convencer os inimigos da realidade.

Dito e feito. Comentando sobre a pesquisa em vídeo para o Manhattan Institute, o professor de Harvard afirma ter encontrado na imprensa uma “absoluta recusa em lidar com os dados”, e até mesmo uma “insistência” para que não fossem publicados. Recusa, aliás, já velha conhecida de Fryer, que, em 2016, publicara estudo rechaçando empiricamente a hipótese de racismo contra negros nos casos de letalidade policial. Antes e pelo contrário, a pesquisa concluía que, entre os negros, o número de vítimas de disparos de armas de fogo portadas por policiais era menor do que em outros grupos raciais.

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Mas a falta de representatividade da agenda antipolícia não pode ser deduzida apenas da opinião individual de intelectuais e políticos negros críticos ao BLM. As pesquisas de opinião mostram-no ainda mais. Segundo dados recentes do Rasmussen Reports, 64% dos americanos temem que as campanhas antipolícia promovam a redução no número de agentes da lei e, consequentemente, o colapso da segurança pública em seus bairros. Quando se adota um recorte racial, a discrepância entre a causa dos ideólogos do BLM e as preocupações do cidadão comum fica ainda mais evidente, pois, dentre todos os americanos, são justamente os negros (67%) quem mais temem aquele colapso.

Portanto, a agenda antipolícia apenas instrumentaliza os sentimentos de indignação da população em face de casos esporádicos (mas, via propaganda maciça, convertidos em “sistêmicos”) de brutalidade policial contra negros. Seus reais mentores (bilionários brancos como George Soros) não poderiam ligar menos para o destino daqueles que usam como pretexto, pois, isolados e muito bem protegidos, jamais experimentam na própria pele as consequências daquilo que promovem.

É significativo que, tendo começado por pregar o desarmamento civil com o argumento de que cabia exclusivamente à polícia o dever de proteger o cidadão, os agentes do caos decidam agora haver chegado o momento (etapa revolucionária subsequente) de sucatear e desarmar essa mesma polícia. Como veremos no próximo artigo, analisando o exemplo da ditadura chavista na Venezuela, o aumento da criminalidade violenta é, em ampla medida, um efeito previsto e desejado por desarmamentistas e “despoliciamentistas” – como instrumento de desestabilização social, controle político e concentração de poder, em estratégia que poderia ser resumida no comando: Release the Lumpen!

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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