Eu não sei se você entende o que pode sair disso. Não se esqueça que a Argentina abriga a maior comunidade judaica na América do Sul, sendo a terceira maior das Américas, e o sétimo maior contingente de judeus fora de Israel. Por isso, infelizmente, o país já foi palco de alguns dos mais terríveis atentados terroristas das Américas, como o ataque à embaixada de Israel em Buenos Aires em 1992 (deixando 29 mortos e 242 feridos) e o ataque contra a AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina) ocorrido também na capital argentina no dia 18 de julho de 1994, deixando 85 mortos e centenas de feridos. Portanto, o receio é que a postura de Milei possa aumentar o risco para os judeus que vivem na Argentina.
Milei, logo depois da interação com o chanceler israelense no aeroporto, visitou nesta terça (6) o muro das lamentações, onde ficou vários minutos e posteriormente saiu emocionado. Isso tudo acontece num momento em que Biden tenta a angariar parceiros sul-americanos para fazer frente à presença chinesa cada vez maior na região. O jornal argentino Clarín noticiou, por exemplo, que no próximo mês de maio o porta-aviões USS George Washington, da Marinha norte-americana, visitará a Argentina, atitude que foi interpretada como uma aproximação de Washington a Buenos Aires com o fim de frear a crescente força chinesa na região.
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Caso Donald Trump retorne ao poder em 2025, fica claro que a Argentina será seu maior aliado na região. Seria este movimento o início de uma guinada sul-americana para o time do G7 e de Israel, afastando-se dos BRICS?
O tempo dirá. Tudo vai depender do resultado de novembro deste ano nas disputas pela Casa Branca. Enquanto isso, seguimos na torcida para que a postura de Milei não traga para a América do Sul o conflito que aflige hoje o Oriente.