
Nesta quinta-feira (22), a película recebe o prêmio Kineo, entregue pela 18ª vez a quem promove temas sociais e humanitários. O documentário, que não se propõe a ser uma biografia do papa, foi concluído em junho, em plena crise da pandemia na Europa.
Afineevsky, que entre 2013 e 2016 filmou em cenários de guerra, seguindo as revoluções na Ucrânia e na Síria, diz que a nova produção relança ideias que podem “ajudar a construir uma ponte para um futuro melhor e crescer como comunidade global”. O diretor foi indicado ao Oscar e ao Emmy em 2016 por seu filme "Winter on Fire" e, em 2018, recebeu 3 indicações ao Emmy por "Cries from Syria".
“À medida que avançamos nesta viagem, o nosso guia é o papa Francisco, que nos mostra, com enorme humildade, sabedoria e generosidade, exemplos comoventes das suas lições de vida”, acentua a produção ao apresentar o documentário.
Além de fatos ados e presentes da vida do papa, o filme inclui entrevistas exclusivas com o pontífice, com o papa emérito Bento XVI, com membros da família de Francisco e pessoas próximas dele.
Ao todo, Afineevsky entrevistou mais de 50 pessoas para o filme. Segundo ele, não tanto para que explicassem quem é o papa, mas para que ajudassem a ilustrar as qualidades de Francisco que podem ajudar o mundo.
Em uma das agens, o papa declara que os homossexuais “são filhos de Deus”, que merecem amor e o cuidado da igreja. Mas, a exemplo do que fez em outras entrevistas, insistiu que o “casamento” só pode ser entre um homem e uma mulher. O que chamou a atenção da mídia foi a parte em que o pontífice diz que a “união civil” pode ser uma forma apropriada de proteger os direitos legais dos homossexuais.
Em outro trecho, Francisco critica aqueles que só pensam em construir muros em vez de construir pontes. Essa crítica é recorrente nas declarações de Francisco.
I invite you not to build walls but bridges, to conquer evil with good, offence with forgiveness, to live in peace with everyone.
— Pope Francis (@Pontifex) March 18, 2017
Rosetta Sannelli, criadora do ‘Prêmio Kinéo de Cinema pela Humanidade’, avaliou que, por meio de imagens e de notícias, o documentário “revela um autêntico vislumbre dos eventos de nosso tempo”.
Em decorrência da pandemia de covid-19, Afineevsky relatou que o filme agora lançado não é o mesmo que ele começou a fazer em 2018, mas que a crise global ressaltou a mensagem principal e forneceu imagens nítidas e surpreendentes para mostrar o que ele queria dizer.
“É uma história da humanidade, que está falhando atualmente”, disse Afineevsky ao site The Catholic Sun. Para ele, o papa Francisco é alguém que, “através das lições de sua vida, aprendeu muito com seus erros e está tentando nos indicar a direção certa”.
A película começa e termina com o Papa Francisco na Praça de São Pedro. A cena inicial é em 27 de março deste ano, quando ele orou na chuva pelo fim da pandemia. A final é em 13 de março de 2013, quando cumprimentou a multidão parada na chuva imediatamente após sua eleição.
A estreia de sco no Brasil ainda não tem data definida. Nos Estados Unidos está marcada para 25 de outubro, durante o Festival de Cinema de Savannah.