o destaque para uma entrevista do presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. “Destaque” é quando o editor examina o texto e vê qual é a frase mais forte. Pois, das inúmeras respostas que deu o presidente do Tribunal de Justiça, o editor escolheu a seguinte frase: “o papel do Judiciário é cumprir as leis e a Constituição”. Como isso é um óbvio ululante, imagino que o editor tenha feito uma ironia, puxando a orelha do Supremo, lembrando que o papel do Judiciário é cumprir as leis e a Constituição.

Caso da Coteminas ilustra as dificuldades de empreender no Brasil

A grande Coteminas, maior empresa de tecidos do país, conseguiu recuperação judicial. Está devendo R$ 1,1 bilhão para 15 bancos, principalmente Banco do Brasil, Bradesco e BTG Pactual. Ela tem acordo com a chinesa Shein, que já emprestou US$ 20 milhões; depois disso, demitiu 700 em Blumenau, provavelmente da Artex, sua subsidiária, também do mesmo grupo, assim como a M. Martan, a Santista e a Amo Varejo, marcas que o grupo tem. Uma tutela de urgência decretou a suspensão das cobranças das dívidas.

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Eu conheci o fundador, José Alencar, um grande empresário. Estava atrás do balcão com o pai dele, vendendo tecido, e fez a Coteminas. Acompanhei a inauguração da Coteminas lá no Rio Grande do Norte. Alencar já morreu, foi vice-presidente de Lula. Lembro que José Dirceu me disse “nós não vamos ficar mais puro-sangue, vamos fazer acordo do outro lado”. O PT foi procurar o maior empresário de Minas, e Lula foi eleito junto com Alencar. O filho dele, Josué Gomes da Silva, que é presidente da Fiesp – foi afastado, depois voltou –, é quem está dirigindo a empresa agora.

Isso nos lembra que as coisas não estão fáceis nem para grandes empresas aqui no Brasil. Por isso o Copom reduziu pouco a taxa de juros, e o governo fica correndo atrás de impostos. Cobra ainda mais impostos das empresas e cria um círculo vicioso, enquanto o círculo virtuoso é gerado por pouco imposto. Quanto mais impostos, mais o empresário se sente oprimido e vê a necessidade até de sonegar. Mas os governos não entendem isso, principalmente quando não são bem istrados, incham e vão precisando de dinheiro. Vira aquela bagunça generalizada no Estado, que deveria servir a nação, porque é para isso que a nação sustenta o Estado.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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