Congresso pode se pronunciar sobre desoneração quantas vezes quiser, o que vale é uma canetada suprema
A Câmara e o Senado aprovaram a desoneração da folha de pagamentos por mais cinco anos, prorrogando algo que veio do governo Dilma, para estimular o emprego. Os setores que empregam mais, ou as prefeituras de municípios pequenos que não têm dinheiro para gastar com imposto sobre a folha, então, pagariam 8% em vez de pagar 20%. Pois um ministro do Supremo, exatamente o ex-advogado pessoal de Lula, indicado pelo presidente, Cristiano Zanin, deu uma liminar derrubando partes da lei; o plenário começou a julgar a liminar, mas houve pedido de vista; quanto ao mérito ainda não houve nenhuma decisão. Vejam só: houve uma manifestação do Congresso Nacional, reiterada mais de uma vez. ou na Câmara, ou no Senado, depois o Congresso derrubou o veto presidencial. E mesmo assim não está valendo. As prefeituras e 17 grandes setores que empregam 9 milhões de pessoas vão recolher, em impostos, cerca de R$ 19 bilhões no ano.
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O povo e as empresas de Chapecó (SC), sob a liderança do prefeito da cidade, estão fazendo doações para o Rio Grande do Sul. Uma caravana de Chapecó foi para Lajeado, São Sepé e Dona Francisca, lugares com muita várzea, onde a água tomou conta de tudo, estragando lavouras, matando gado, expulsando e matando gente. Estão levando 450 toneladas. Isso é muito mais do que Lula deu para Cuba. Já mandamos outro dia, em aviões da FAB, 125 toneladas de alimentos para Cuba. O movimento de civilidade, de solidariedade com o Rio Grande do Sul, está impressionante.
Estava comparando as medições atuais em relação à enchente recordista de 1941, e a diferença é de meio metro apenas. De lá para cá houve o mesmo fenômeno climático: o encontro de nuvens quentes e úmidas da Amazônia com o frio da Patagônia, e elas se condensaram em cima do Rio Grande do Sul, onde a água acaba caindo.
Mas vejam só as águas barrentas nas imagens. Isso é assoreamento dos rios sem dragagem. A calha vai ficando entupida, e transborda mais e mais. Desde 1941 já haviam identificado o problema da povoação de várzeas, de baixios, mas as prefeituras foram deixando, quando deveriam ter impedido ou pelo menos criado uma cota para as casas. Já morei nas duas margens do Rio Itacoari, e em uma margem do Rio Jacuí; as casas atingidas pelas enchentes anuais eram construídas sobre pilares, como palafitas, e estavam sempre acima das águas. Elas podiam ficar ilhadas, mas pelo menos a água não entrava na residência.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos