A França em chamas
Falando em Amazônia, vejam só a ironia. Emmanuel Macron, que está sempre criticando os incêndios na Amazônia, agora está vendo a França incendiada. Eles tiveram uma política de laissez-er, deixar ar, o país se encheu de imigrantes. Mas o francês é muito xenófobo. Lembro que, no cinquentenário do Dia D, eu estava na Champs Elisées e a Banda Real do Marrocos abriu o desfile. Ouvi as sas dizendo “cuidado, aí vem esses pieds noirs, ‘pés pretos’, essa noite vamos ter muitos assaltos aqui em Paris”. Isso foi em 1994; imaginem hoje como é para esses imigrantes que chegaram do norte da África, da África Central, do Oriente Médio, como eles são tratados. Aliás, um deles, norte-africano, foi morto pela polícia e isso desencadeou quase uma rebelião nacional, que continua, maior que o Maio de 1968 promovido por estudantes nas ruas de Paris. Que ironia para Macron.
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A imprensa áulica, cortesã, está dizendo que este plano para desovar estoques das concessionárias e das montadoras de automóveis com descontos para carros chamados “populares” de até R$ 120 mil foi muito bom. Mas o governo parou, e não adiantou nada, basta vocês olharem os pátios das fábricas e concessionárias. Desde Juscelino as montadoras vêm sendo beneficiadas com o nosso dinheiro; em vez de recorrerem a soluções de mercado, queriam soluções de clientelismo com o governo brasileiro. E em troca nos empurravam porcarias. O Opala, por exemplo, soltava a traseira, perdia a roda, engolia gasolina, entrava água pelo parabrisa traseiro, enferrujava. O Fusca só tinha porta para quem estava na frente; quem sentava atrás não tinha porta – e comprávamos isso! Carro com câmbio manual deixou de ser um produto em série nos Estados Unidos em 1952, mas nos empurravam essas coisas velhas. A Kombi continuou a ser fabricada aqui, mas havia décadas já não era mais fabricada na Volkswagen da África do Sul, por exemplo. Melhorou um pouco, depois que Fernando Collor reclamou, chamou os carros nacionais de “carroças”. Mas até hoje continuamos ajudando as montadoras, que dizem “senão eu vou embora”. Um negócio incrível, não? Pois que vão conquistar mercado e deixem de ficar penduradas no Estado brasileiro.
O prestigiado Wall Street Journal, talvez o jornal número um hoje nos Estados Unidos, publicou um texto dizendo que a censura e a mentira durante a Covid mataram muita gente. Eu digo que as mães dos jornalistas que disseram que não havia tratamento deviam se envergonhar de terem posto filho no mundo. Eu vi as pessoas serem tratadas e curadas de Covid em poucos dias, sem precisar ir para o hospital. Mas eles diziam que não tinha tratamento e as pessoas iam morrendo, iam sendo internadas, intubadas e enterradas. É nojento o que aconteceu, inclusive com os médicos que foram perseguidos porque salvavam vidas. Ainda bem que a verdade está chegando mais cedo do que imaginávamos.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos