Cirurgia bariátrica ou cirurgia de redução do estômago também pode ser chamada de cirurgia metabólica. Na prática, tratam-se todas do mesmo procedimento, mas alguns médicos especialistas em diabetes defendem o uso de um termo diferente, que ressalte uma nova intenção: ajudar no tratamento do diabetes.
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“Não queremos regulamentar uma cirurgia, isso já existe há décadas. O que queremos é por a
cirurgia metabólica no
algoritmo do tratamento do diabetes“, explica o cirurgião Ricardo Cohen, coordenador do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, em uma publicação
da revista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Um dos estudos feitos por Cohen envolveu 66 pacientes diabéticos que aram pela cirurgia, e tinham Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 35 kg/m2. A cirurgia tradicional é normalmente indicada a pessoas com IMC acima de 40 kg/m2, mas os pesquisadores verificaram que diabéticos geralmente não chegavam a esse índice – embora pudessem se beneficiar com o procedimento. Durante seis anos, esses pacientes foram acompanhados e, ao final da pesquisa, 88% deles continuavam independentes de medicação e 11% tinham voltado a manifestar a doença, mas em grau mais leve.
Em média, os diabéticos que aram pela cirurgia, podem viver 8 anos sem diabetes, de acordo com artigo publicado em junho deste ano na
revista científica Diabetes Care, da Associação Norte-Americana de Diabetes.
A proposta defendida pelos especialistas em diabetes é que se altere a indicação da cirurgia bariátrica com base nos artigos sobre os efeitos metabólicos do procedimento, mas essa ideia também não é um consenso entre os médicos.
Quanto
menor o
IMC do
diabético,
menores são as
chances de que tenha um
resultado bom, segundo informações do médico endocrinologista Bruno Geloneze, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
no comunicado da Fapesp. “
Não existe uma cirurgia puramente metabólica. O impacto metabólico da cirurgia vem em grande parte da
perda de peso“, explica.