Gabiati concorda que uma eventual vitória de Milei representaria um revés significativo para a esquerda latino-americana. No entanto, ele não acredita que a situação política atual do Brasil, desfavorável a Bolsonaro, possa contribuir para o sucesso do economista argentino sempre comparado a ele e com o qual estabeleceu conexões políticas. 6r3f6v

Da mesma forma, o analista não vê um cenário de reviravolta na Argentina como fator determinante nas eleições de 2026. “Após a exclusão do ex-presidente da disputa, a tendência no Brasil é favorecer a direita mais moderada. Nesse contexto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, ajusta-se mais ao figurino”, disse.

Na visão do especialista, os contínuos desgastes enfrentados por Bolsonaro, sobretudo agora com investigações sobre joias presenteadas à Presidência, podem contribuir para o isolamento do ex-presidente. Em contrapartida, a direita no Brasil entende que Bolsonaro segue como uma liderança e espera que ele seja decisivo nas eleições de 2024 e de 2026. O PL, partido do ex-mandatário, já afirmou que pretende eleger 1 mil prefeitos no ano que vem.

"A direita veio para ficar e não é somente no Brasil, cuja nossa maior liderança é Jair Bolsonaro. Esse movimento é mundial pelos desacertos que a esquerda tem cometido. A sociedade não aceita mais abrir mão dos bons costumes e de uma economia liberal. Liberdade é uma das nossas maiores conquistas. A direita vai crescer mais nos outros países e no mundo. Aguardem as próximas eleições", afirmou o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto.

Com relação à Argentina, na semana anterior à eleição, Bolsonaro enviou um vídeo a Milei no qual reforçou as semelhanças entre os dois. “Temos muito em comum e queremos ser grandes à altura do nosso território e da nossa população”, disse ex-presidente brasileiro.