Para Gianturco, a questão essencial não está nas atividades de inteligência em si, mas na legalidade delas e no avanço para além da arena partidária, chegando ao cidadão comum. “Política é ameaça, força, traição e troca de favores. Por isso, o ato de espionar adversários faz parte do jogo e jamais acabará. Como a informação é poder, todos espionam a todos para obter vantagens sobre adversários, antever movimentos e agir estrategicamente. Só o que for respaldado por lei e autorização judicial não é espionagem, mas investigação”, resumiu. 53a3o

Neste ponto, o professor ressalva que a quebra de sigilos pedida pela Justiça também pode se verificar violação de direitos se for motivada pela perseguição partidária. “Ferir a privacidade sem haver suspeita válida, como, por exemplo, em razão apenas de alguém seguir um político nas redes sociais, gera grave insegurança quanto à legitimidade de investigações, o que já provoca desconfiança da população”, completou.