Um dos principais imes está no estado do Rio de Janeiro, onde integrantes de PSL e DEM travam um embate interno. Pelo PSL, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, pretende assumir o comando da nova sigla. Já no DEM, o deputado federal Sóstenes Cavalcante trabalha pelo seu nome e afirmou que não pretende se manter no União Brasil, caso Carneiro seja o escolhido. “Eu saio no outro dia, caso o ‘Waguinho’ seja eleito. Com ele não tem conversa. Ele assumiu hoje, amanhã estou fora. Garotinho, ‘Waguinho’, essa turma aí estou fora”, afirmou Cavalcante ao chegar na convenção em Brasília. O prefeito de Belford Roxo é do grupo do ex-governador Anthony Garotinho (Pros). 121r1g
Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado (DEM) é apontado por seus aliados como nome “natural” para assumir o diretório estadual. Mas o deputado Delegado Waldir (PSL) afirma que o tema ainda será discutido. Waldir diz estar aberto ao diálogo. “Se ele [Caiado] for o presidente, eu sou o vice, por exemplo. Se a secretaria for dele, a tesouraria é minha. Ou vice-versa. Vai ser bem equilibrado o comando do novo partido”, afirmou o deputado.
Já em São Paulo, a disputa envolve a possibilidade de o partido atrair o ex-governador Geraldo Alckmin. De saída do PSDB, Alckmin ou a ser cortejado por Bivar e ACM Neto, numa tentativa de lançá-lo como candidato ao governo do estado pelo União Brasil.
No entanto, enquanto a cúpula do União Brasil tenta atrair Alckmin, membros do DEM no estado trabalham por apoiar o nome do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), para o governo estadual. João Doria (PSDB), que pretende concorrer à Presidência, já lançou o nome de Garcia para a sua sucessão.
Além disso, parte dos membros do PSL apoia o nome do deputado estadual Arthur do Val (Patriota), que pretende disputar o governo paulista com apoio do Movimento Brasil Livre (MBL).
Apesar das movimentações, a cúpula do União Brasil já sinalizou que a definição de candidaturas no estado caberá aos membros da executiva nacional.
O União Brasil nasce com dois nomes apontados como pré-candidatos ao Palácio do Planalto no ano que vem: o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, do DEM, e o apresentador José Luís Datena, do PSL. Além disso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que vinha negociando sua filiação ao PSD, também cogita se lançar à Presidência na disputa pelo União Brasil em 2022 – embora não tenha itido isso oficialmente, ao contrário de Mandetta e Datena.
“Vamos ser protagonistas. Essa é a meta que nos propomos. Temos o Mandetta e o Datena, para que a população possa avaliar”, afirmou o deputado e líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB).
De acordo com o parlamentar, a população “tem um sentimento” por um nome da chamada terceira via, que possa fazer frente à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Tem um sentimento que está ali escondido, que está no coração das pessoas. Esse sentimento ainda não encontrou nome, rosto nem mensageiro. Essa é a missão do União Brasil: dar voz ao que ecoa nas ruas. Podemos ser nós os mensageiros dessa esperança. Precisamos significar esse nome”, completou Efraim.
Já a senadora Soraya Thronicke (MS), líder do PSL no Senado, afirmou que o União Brasil irá “resgatar” o país da polarização. “A partir de agora somos um só, um só partido e muitos objetivos em comum. Vejo o União como um grande momento para a política brasileira. O que realmente importa é a consolidação de uma legenda que irá resgatar o Brasil dessa polarização. O que nos une é maior que qualquer questão periférica”, argumentou a senadora.
Filiado ao DEM, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, chegou a apresentar um requerimento para que o novo partido fechasse apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O pedido, no entanto, acabou sendo rejeitado pela executiva do União Brasil.
Ao indeferir o pedido, Luciano Bivar afirmou que o pedido era uma discussão "antecipada" e que tema só será tratado quando a nova legenda tiver a fusão chancelada pelo TSE. Pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Onyx foi o único integrante do DEM que votou contra a fusão.
Apesar da negativa do apoio à reeleição de Bolsonaro, o agora secretário-geral do União Brasil, ACM Neto, já sinalizou que cada estado poderá deliberar sobre a disputa nacional em 2022. O objetivo é evitar o esvaziamento de eventuais candidaturas com chances de vitórias aos governos estaduais.
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