A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, e pediu a prisão de um assessor e um policial militar na manhã desta quinta (9).
A denúncia contra o deputado e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) foi apresentada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e envolve, ainda, o delegado Rivaldo Barbosa, segundo apurações da CNN Brasil e do UOL. A PGR informou à Gazeta do Povo que foi apresentada uma denúncia, mas não pode se pronunciar e nem fornecer mais detalhes por conta do sigilo do caso.
Já as prisões envolvem Robson Calixto da Fonseca, conhecido como "Peixe", e Ronald Alves de Paula, conhecido como "Major Ronald", apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio. Ronald já cumpria pena em prisão federal.
De acordo com as primeiras informações apuradas pelo G1 e pelo jornal O Globo, a PGR incluiu os dois novos nomes na denúncia que já envolvia outros suspeitos, como os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e o ex-chefe da polícia civil do Rio, Rivaldo Barbosa. Peixe foi denunciado por organização criminosa, enquanto que Ronald foi denunciado por participação no homicídio de Marielle.
A reportagem foi atualizada após pronunciamento da PGR ao pedido de informações feito pela Gazeta do Povo.
Atualizado em 09/05/2024 às 13:11
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Após uma investigação da Polícia Federal, que durou um mês e meio, a PGR concluiu que os irmãos Brazão e Barbosa devem ser processados e condenados pelo assassinato de Marielle e Anderson.
Segundo a denúncia da PGR, baseada na delação de Ronnie Lessa, que confessou a execução, os irmãos Brazão foram identificados como mandantes do homicídio. Lessa teria se encontrado com os irmãos, recebendo a promessa de pagamento pelo assassinato da vereadora.
A denúncia considera provas decorrentes de dados de movimentação de veículos, monitoramento de telefones e oitivas de testemunhas. A PGR afirma que toda essa análise, somada ao histórico político dos irmãos Brazão, embasa a acusação criminal contra eles e o delegado Rivaldo.
O contexto do assassinato de Marielle estaria relacionado aos interesses econômicos fundiários dos irmãos Brazão, relações com as milícias e os atritos com adversários políticos como a vereadora e o partido, o PSOL.