No dia 19 de março, Luciane esteve com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos de Flávio Dino. Pouco tempo depois, a 2 de maio, ela se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
Na reunião do mês de maio, Luciane entrou no Ministério da Justiça como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma ONG de defesa dos direitos dos presos. Segundo a polícia civil do Amazonas, a ONG atua em prol dos detentos ligados à facção criminosa. A organização também seria financiada com dinheiro do tráfico.
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O marido de Luciane é Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, que foi o número um na lista de procurados pelo governo do Amazonas até ser preso em dezembro do ano ado. Eles são casados há 11 anos e foram condenados em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa.
Luciane operava como o braço financeiro para o marido. “Exercia papel fundamental também na ocultação de valores oriundos do narcotráfico, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando ‘empresas laranjas”, afirma o Ministério Público do estado. Sua atuação fez com que conquistasse a confiança da cúpula do Comando Vermelho.
Atualmente, Clemilson cumpre pena de 31 anos no presídio de Tefé (AM), mas ela, sentenciada a dez anos, recorre em liberdade.
De acordo com o Ministério Público do Amazonas, Clemilson tem “fama de indivíduo de altíssima periculosidade, com desprezo à vida alheia”. O criminoso também é conhecido por seus métodos violentos - em abril de 2019, o cartaz “devia ao Tio Patinhas” estava no rosto de um homem foi encontrado morto em Manaus.
Clemilson e Luciane se casaram em 30 de outubro de 2012, quando ela abriu um salão de beleza que, segundo os investigadores, era usado para lavar dinheiro do tráfico. Em dezembro de 2015, a declaração de Imposto de Renda de Luciane apresentava bens de R$ 30 mil. No ano seguinte, ou para R$ 346 mil, alta de 1.053%. O poder econômico do casal vem do tráfico de drogas.