“Muitas vezes, quem está na presidência da República, ou numa prefeitura ou no estado, a gente não dá muita importância a aquilo que a gente chama de ‘pouco dinheiro’, [como] R$ 20 milhões, R$ 15 milhões. [...] Então tem gente que não gosta de inaugurar uma obra de R$ 15 milhões, de R$ 10 milhões”, disse Lula durante o ato ressaltando que, muitas vezes, são essas pequenas obras que beneficiam a população e evita que se gaste muito mais depois para consertar o que poderia ser evitado. 167p

A crítica ocorre num momento em que Lula ou a viajar mais pelo país e a cobrar entregas dos ministros para reverter a queda da popularidade do governo, apontada em sucessivas pesquisas de opinião pública divulgadas nas últimas semanas.

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O aumento da desaprovação ao governo levou Lula a convocar uma reunião ministerial em março para cobrar mais empenho dos ministros para mostrarem os feitos das respectivas pastas, que começaram a ser propostos no ano ado. No começo desta semana, o ministro Rui Costa, da Casa Civil, chegou a dizer que a expectativa é de que as pesquisas sejam revertidas em 2024.

Lula ainda criticou “quem cuida do dinheiro” do governo, mas sem citar diretamente os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), responsáveis por gerir o Orçamento da União, afirmando que ficam “muito mão de vaca”. Ele também afirmou que tudo o que depende do governo federal “tem mais complicações”, sinalizando uma certa morosidade para tocar as obras públicas.

“Muitas vezes no governo, sobretudo a parte do governo que trabalha com finanças [...], quem tá cuidando do dinheiro fica muito mão de vaca. Quem tá cuidando do dinheiro não quer liberar dinheiro para nada, tudo é muito complicado, tudo demora. [...] É mais difícil trabalhar no governo federal do que no estadual. Vocês já perceberam que têm mais complicações para fazer, tem mais fiscalização, tem mais ingerência”, afirmou.

O presidente disse também que a demora para muitos projetos serem tocados ocorre por conta do receio que os funcionários públicos têm de serem denunciados por eventuais irregularidades na liberação dos recursos, e que isso demanda convencimento dos ministros.

“No governo federal você manda e não acontece tão rápido assim. Você manda e não acontece”, pontuou. A ordem de serviço assinada por Lula compreende 18 obras com investimento de R$ 52 milhões com parte do orçamento bancada pelo Novo PAC.

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