Lula justificou a quantidade de ministérios – 37 no início do governo e o 38º criado em setembro por conta de negociações da articulação política – pela necessidade de ter diferentes setores da sociedade representados na gestão com um lugar de destaque em vez de dentro de outras pastas. 1y2q6m
Ele afirmou, por exemplo, que não fazia sentido as políticas públicas para a pesca serem aplicadas pelo Ministério da Agricultura, ou ações de igualdade racial e para as mulheres em uma mesma pasta.
“Você cria para dar representatividade a um segmento da sociedade que é muito importante que ele não estará representado em um ministério muito grande. Tem um ministro e 50 subsecretarias, e subsecretário pode menos do que um ministro, tem menos visibilidade”, justificou o presidente emendando em outro trecho que quer “dar visibilidade ao estrato social que compõe a sociedade brasileira”.
VEJA TAMBÉM:
Lula, no entanto, não mencionou que a quantidade de ministérios tenha sido estabelecida por conta da articulação política para abrigar partidos que decidiram se aliar a ele durante as eleições presidenciais de 2022 e mesmo após o começo do novo governo. Foram cinco partidos (Solidariedade, PSB, Agir, Avante e Pros) e duas federações, a Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e a PSOL/Rede.
Desde que a gestão Lula 3 começou, o presidente precisou abrir espaço na Esplanada para acomodar partidos que foram oposição durante a eleição e que decidiram migrar para a base, como o União Brasil logo na transição e o Republicanos e o PP já com o governo andando.
O Republicanos entrou na Esplanada em setembro com a nomeação do deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para a pasta de Portos e Aeroportos, no lugar do aliado Márcio França (PSB-SP), que foi indicado ainda durante a transição, no final de 2022.
Para não ser deixado de fora da Esplanada, França ganhou o 38º ministério, das Micro e Pequenas Empresas. Ele é do mesmo partido do vice-presidente Geraldo Alckmin (SP).