O presidente brasileiro voltou a dizer que há uma “indiferença da comunidade internacional” sobre a intensidade do contra-ataque israelense em Gaza – chamou de “chocante” – e ressaltou que o governo do país está promovendo um genocídio. v5a4
“Quero aproveitar a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, para propor moção da Celac pelo o fim imediato desse genocídio”, disparou.
Lula vem elevando cada vez mais o tom crítico ao governo israelense, e autorizou uma dura nota de repúdio do Ministério das Relações Exteriores emitida nesta sexta (1º) por conta das mortes de civis na quinta (29). A nota – revisada por ele, segundo fontes – afirma que a ação militar de Israel “não tem qualquer limite ético ou legal”, e que o conflito chegou a uma “situação intolerável”.
“O governo [de Binyamin] Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades”, disse o Itamaraty na nota.
A situação em Gaza também será tema das reuniões que Lula participa ao longo do dia em São Vicente e Granadinas. Em uma delas, será o tema principal a ser discutido com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro; com o ministro das Relações Exteriores do Chile, Alberto van Klaveren; e com a secretária de Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena.
Uma reunião privada com Guterres, da ONU, também está confirmada para a tarde. Lula quer posicionar o Brasil junto do restante da América Latina como voz de influência na comunidade internacional – levando a um mundo “multipolar”, segundo explicou no discurso.
“Não podemos deixar de refletir sobre nosso lugar no plano internacional, na difusão do poder global e esforço da multipolaridade. A questão é se os países da América Latina e do Caribe querem se integrar a um mundo unido ou separados. Se falamos como região, temos como influenciar o debate, criamos sinergia em nossos projetos de desenvolvimento”, afirmou.
Ele ainda ressaltou questões internas do continente, como “o fim do bloqueio a Cuba ou a soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas são de interesse de todos”.