No ofício encaminhado na sexta-feira (9), a defesa explica que a medida provoca desarticulação no PL ao dificultar a atuação da legenda em favor de adversários, minando o equilíbrio competitivo entre as forças políticas em disputa e o pluralismo democrático. O presidente do PL foi preso na quinta-feira (8) por porte ilegal de arma, encontrada durante a operação. Ele foi solto no sábado (10).

A defesa questiona ainda a extensão aos advogados da proibição para os investigados tenham contato entre si, por violar prerrogativas da advocacia expressas na Constituição. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) fez o mesmo questionamento a Moraes, pedindo que a proibição seja revogada. A defesa também pede a devolução do aporte de Bolsonaro, alegando falta de fundamento técnico e sugerindo como alternativa que ele seja obrigado a pedir autorização à Justiça sempre que quiser viajar por mais de sete dias para fora do país, a exemplo de quando, em novembro, comunicou de sua viagem para a posse do presidente Javier Milei, na Argentina.

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Os advogados argumentam que investigações não indicam evidência de “risco de fuga” e ressaltam que o ex-presidente tem viagens para o exterior agendadas. Uma delas é a sua participação, em Washington, Estados Unidos, da Conferência de Ação Política Conservadora (AC, na sigla em inglês) na próxima semana. O evento de 21 a 24 de fevereiro reunirá líderes da direita internacional, incluindo Javier Milei e o ex-presidente americano Donald Trump. Colaboradores de Bolsonaro informaram que ele também recebeu convites para visitar Israel, Polônia e Bahrein, entre outros países.

A decisão sobre o pedido da defesa está na mão de Alexandre de Moraes. Ocorre que os advogados de Bolsonaro também pediram ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, o afastamento de Moraes do comando da Tempus Veritatis, declarando a sua suspeição no processo por ser visto como parte, na medida que o próprio se reconhece como alvo da suposta trama golpista, portanto vítima. A expectativa é que o ex-presidente preste depoimento à PF até julho no âmbito da nova operação, cujo inquérito tem previsão de ser concluído até novembro.