“Como o Alcolumbre tinha uma relação melhor com o governo e o jogo na Câmara estava muito polarizado, ACM Neto acabou centrando as negociações pelo Senado, o que lhe aproximou do presidente Bolsonaro”, afirma um aliado do presidente do DEM.

A articulação acabou dando resultados e a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) ganhou o apoio de Bolsonaro. Para chancelar o senador do DEM, o Palácio do Planalto dispensou dois aliados do MDB na Casa, os senadores Eduardo Gomes, líder no Congresso, e Fernando Bezerra, líder no Senado. Pacheco, com isso, venceu a disputa pelo Senado.

Com a vitória no Senado garantida, integrantes do DEM na Câmara começaram a pressionar para que o partido não embarcasse no bloco de Baleia Rossi. A confirmação de independência foi confirmada por ACM Neto, o que acabou irritando Rodrigo Maia.

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Aproximação com o governo deixou ACM Neto em fogo cruzado

A aproximação do DEM com o governo Bolsonaro acabou colocando ACM Neto em um “fogo cruzado” com a ala mais independente do partido. Rodrigo Maia, por exemplo, anunciou que vai deixar a sigla e deve levar com ele alguns aliados.

A pressão desse grupo se intensificou ainda mais depois que ACM Neto deu a entender que o DEM poderia apoiar o projeto de reeleição de Jair Bolsonaro em 2022. Na esteira dessas declarações, a ala mais bolsonarista da sigla começou a cogitar a possibilidade de que ACM Neto fosse vice de Bolsonaro em 2022. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), inclusive defendeu que caminhar com Bolsonaro seria mais a “cara” do eleitor do Democratas.

Mas internamente houve repercussão negativa a esse movimento. E integrantes do DEM trataram de negar qualquer adesão formal ao governo de Bolsonaro. “Vamos seguir na linha de independência na tomada de decisões de votação de acordo com aquilo que temos identidade, a exemplo da agenda econômica”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB).

Na mesma linha, o deputado Paulo Azi (BA) destacou que o "governo Bolsonaro tem pautas que são próximas do DEM, mas tem outras que afastam o partido". “Neste momento, a melhor posição é manter independência e ter liberdade para votar naquilo que deseja apoiar e ser contra naquilo que a gente não prega”, disse Azi.

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