“A Huawei é líder mundial em patentes de 5G e, pela primeira vez, alguém largou na frente dos Estados Unidos. Por isso, os EUA estão tentando reduzir essa diferença apostando no nível político. Porque é difícil no campo técnico”, avalia o professor. Segundo ele, se os americanos não conseguirem preencher rapidamente a lacuna tecnológica serão forçados a abrir o mercado para a Huawei, para não correr o risco de sofrer um atraso tecnológico seguido de um baque econômico.
“Nossas tecnologias 5G estão pelo menos dois anos na frente e serão líderes mundiais durante muito tempo”, disse Ren Zhengfei, chefe executivo de Huawei, em declarações citadas por jornais chineses. “Nossas estações de 5G podem ser instaladas manualmente. Não é preciso contar com torres e guindastes nem bloquear estradas para construí-las, já que têm o tamanho de uma maleta. Por isso, é justamente o departamento do 5G que tem sido alvo dos ataques dos EUA”.
A tecnologia 5G é considerada responsável pela próxima revolução industrial que trará a chamada Internet das Coisas (IoT) ao alcance de todos. A banda larga em 5G permite velocidades de até 100 mega ao usuário, dez vezes mais que o 4G.
Isso vai permitir, por exemplo, que carros autônomos circulem nas nossas cidades, que médicos realizem cirurgias via internet a milhares de quilômetros de distância, e que as cidades se tornem cada vez mais inteligentes. A produtividade industrial também deve dar um salto enorme.
Inicialmente previsto para março de 2020, o leilão das frequências para a telefonia de quinta geração corre o risco de ser adiado. O presidente da Anatel, Leonardo de Morais, afirmou em maio que o “edital de direito de uso de radiofrequência será o maior da história da agência e vai envolver as faixas de 700 MHz, 2.3 GHz, 2.5 GHz e 26 GHz. A importância desses ativos de espectro é que quanto maior a disponibilidade, menor será o custo de levar essa capacidade”.
O órgão cogita incluir no leilão também as frequências 2.3 GHz e 3.5 GHz. A questão é que a frequência 3.5 GHz ainda é usada em zonas rurais para transmissões da TV aberta via antenas parabólicas. Outra dificuldade técnica é a necessidade de fibra óptica para a instalação da tecnologia 5G que tem que ser “cinco vezes maior do que a quantidade do que temos instalada hoje no país”, explica o vice-presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp), Tomás Fuchs.