Em outro caso parecido, ocorrido em novembro de 2022, dois veículos com alerta de roubo em Curitiba foram identificados em Campo Largo, na região metropolitana da capital paranaense. Houve confronto entre a polícia e os assaltantes, e dois deles acabaram morrendo na troca de tiros. 20656f
Já o sistema de inteligência artificial criado pela empresa de Araújo permite a criação das chamadas “listas amarelas”, que identificam casos em que certos veículos entram para uma lista de atenção por apresentarem comportamento suspeito e fora dos padrões. A análise é feita com o uso de reconhecimento de placas, cruzamento de dados e o chamado machine learning, que é quando o computador, sozinho, identifica anomalias no comportamento dos motoristas.
“Dois veículos de outra cidade que, do nada, começam a trafegar juntos por um determinado trecho, por exemplo, podem acender esse alerta de anomalias por parte do sistema. Eles nunca aram por ali, mas de uns tempos para cá estão sempre fazendo a mesma rota, juntos. O sistema identifica isso como um fator suspeito, porque pode ser o que nós chamamos de comportamento de batedor. Pode ser, por exemplo, um integrante de alguma quadrilha fazendo um mapeamento para uma rota de fuga depois de um grande assalto”, explicou.
Esses dados compilados na “lista amarela” não são indicativos de crimes, pontuou Guilherme Araújo. Mas, em caso de cometimento de algum ilícito, o sistema pode procurar por esses comportamentos fora dos padrões, e assim identificar os autores de forma mais rápida. Foi assim com o jovem de Aracruz, comentou o presidente da Velsis. “Estava tudo lá, as imagens dos locais por onde ele ou, os pontos onde ele entrou e saiu. Assim foi possível refazer todo o trajeto dele, até a casa onde foi apreendido”, relatou.
Curitiba é outra capital onde há a utilização de sistemas inteligentes de monitoramento e segurança. Além dos estudos para a implantação de radares de barulho para identificar veículos com escapamentos fora dos padrões, a capital paranaense vai investir na adoção de outro sistema baseado em análise inteligente de sons: os identificadores de disparos de armas de fogo.
A novidade foi confirmada à Gazeta do Povo pelo secretário municipal de Defesa Social, coronel Péricles de Matos. O sistema ainda não tem prazo para ser colocado em funcionamento, mas segundo o secretário funciona nos moldes do norte-americano ShotSpotter, uma solução capaz de identificar disparos de armas de fogo a distância.
“Temos uma solução nacional, de tecnologia brasileira, que funciona de modo similar à dos Estados Unidos. Além de identificar o local dos disparos, também será possível, com a análise do estampido, saber até mesmo qual o calibre da arma utilizada nos disparos. Há a possibilidade também de calibrar esse sistema, e assim será possível identificar não só os tiros, mas também o barulho provocado em uma batida de trânsito. Caso ocorra, o sistema, sozinho, pode acionar uma equipe de atendimento médico de emergência, por exemplo”, detalhou Matos.
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