Empregos e forma de atendimento
Com as outras empresas no pacote de privatização, a dúvida diz respeito à recolocação dos trabalhadores e à forma como o serviço privado será implantando.
A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), com uma estrutura que exerce atividades ligadas às áreas de tecnologia e sistemas e funções istrativas, comporta 35 empregados públicos em Curitiba. Já o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) mantém uma sede em Curitiba com 593 funcionários. Por aqui, a estatal desenvolve soluções como o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisional e sobre Drogas, que subsidia políticas de segurança pública e formulação de diagnósticos sobre a criminalidade.
São números que não fazem frente aos dos Correios, que têm 5.826 funcionários no Paraná – cerca de 5% total da estatal (são 108.355 no Brasil).
“Obviamente uma transferência de empresa pública para a iniciativa privada mexe em quadros e exige alguns ajustes, com realocações e desligamentos. Mas não significa que existirá a demissão desse contingente todo. Esses funcionários poderão ser reaproveitados pelas empresas privadas. O que se busca é um ambiente de mais eficiência na gestão dos ativos públicos”, defende o economista independente Paulo Geraldo Costa, mestre pela USP.
Para os analistas do segmento, a questão principal é mais ampla: se o novo serviço chegará a todos os municípios. De acordo com os Correios, cerca de 340 cidades, geralmente maiores e desenvolvidas, são economicamente vantajosas para o mercado no país. Outros 5.230 municípios, atendidos pelos Correios, mantêm balança delicada. É uma questão a se acertar com critério no processo licitatório.
Outro impacto no Paraná com relação à desestatização é a concessão de aeroportos, que está em curso. O governo federal anunciou no começo do ano a intenção de conceder à iniciativa privada quatro dos principais aeroportos do estado.
Os aeroportos de Foz do Iguaçu, Londrina, Afonso Pena (em São José dos Pinhais) e Bacacheri (em Curitiba) foram incluídos no lote bloco Sul, totalizando nove unidades (duas em Santa Catarina – ville e Navegantes – e três no Rio Grande do Sul – Pelotas, Uruguaiana e Bagé). O leilão propriamente dito só deve ocorrer no segundo semestre de 2020.