Famílias acionaram a polícia após perderem contato com as jovens 2n6d3i

A polícia brasileira chegou até as mulheres após ser acionada pelas autoridades paraguaias. Segundo os familiares, o que chamou a atenção foi que, primeiro houve a falta de notícias do paradeiro e depois o desaparecimento completo das jovens. “Ao receber a informação, o governo paraguaio acionou o Comando Tripartite, órgão de cooperação internacional entre os países da tríplice fronteira. As autoridades brasileiras designaram uma equipe formada por policiais federais e policiais civis para confirmarem a denúncia e realizarem o resgate”, esclarece a PF.

Em depoimento, as mulheres resgatadas relataram aos policiais que “vieram ao Brasil com promessa de trabalho bem remunerado, mas foram submetidas à exploração”. A PF ressalta que o caso só foi solucionado por causa das informações reados aos investigadores. “A Polícia Federal reforça a necessidade de haver a denúncia. Para que possamos investigar é indispensável que os casos sejam trazidos até nós e isso vale tanto para quem é traficado ao Brasil quanto aos brasileiros que são traficados para outros países”, alerta.

Em setembro a Gazeta do Povo divulgou reportagem sobre estrangeiros que vivem no Brasil e estão sendo vítimas do tráfico humano. Pessoas vindas de outros países, muitos deles de origem haitiana, que se estabelecem para o trabalho na região da fronteira com o Paraguai, são procuradas pelas autoridades após o desaparecimento. A suspeita é de cooptação por "coiotes" para que as vítimas cruzem a fronteira dos Estados Unidos, ilegalmente, pelo México.

O alerta vem sendo feito pela Embaixada Solidária, uma organização não governamental que tem atendido estrangeiros migrantes ou refugiados que precisam de amparo assistencial durante os primeiros meses de estada no Brasil.

“Num dia estão sendo atendidos e as crianças estão na escola, em outro, as casas aparecem vazias da noite para o dia e não conseguimos mais nenhum contato. Um crime muitas vezes invisível, difícil de ser investigado porque muitas vítimas ou familiares têm medo de denunciar. Se torna quase um crime perfeito”, reconhece a coordenadora da Embaixada Solidária, Edna Nunes, ao lamentar que muitos casos sigam impunes.

Segundo as autoridades, a exploração sexual não é o objeto principal dos traficantes, que ampliaram a rede para o trabalho análogo à escravidão, ou seja, pessoas que são obrigadas a trabalhar exaustivamente com pouco ou nenhum salário, em condições insalubres, sem celulares e documentos.

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