Os sete navios farão a rota Busan, Shanghai, Ningbo, Shekou, Singapore, Kattupalli, Durban, Santos, Paranaguá, Itapoá, Navegantes, Buenos Aires, Montevideo, Singapore, Hong Kong e Busan. 3d3v53

Os principais produtos movimentados devem ser, na importação: borracha, produtos químicos, fertilizantes e peças e componentes para a indústria eletroeletrônica e automotiva; e na exportação: carnes refrigeradas, madeira e papel e celulose.

Expectativa é por redução no custo do frete 6y55x

A paranaense Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do Brasil, avalia que a nova rota vai contribuir significativamente nas suas operações de exportação, por contemplar a Ásia. O mercado asiático responde por um terço do volume exportado em contêineres pela indústria.

“A nova rota traz a possibilidade de melhora no nível de serviço e diminuições de custos. Além disso, permite que a Companhia reavalie sua matriz de atendimento, possibilitando o aumento de volume exportado para essa região, em detrimento de outras com fretes caros e pouca disponibilidade de oferta de espaço nos navios”, informa Hugo Fernandes, gerente de Planejamento e Operação Logística.

Segundo ele, "a falta de contêineres trouxe morosidade e gargalos logísticos e os fretes marítimos ultraaram, em muitos casos, os limites da competitividade para vários produtos exportáveis, causando problemas de abastecimento para produtores e consumidores do mundo todo”.

A empresa informa que tem buscado alternativas, através de sua flexibilidade de mercados e produtos, assim como canais de distribuição e modais, como a construção do Terminal de Contêineres de Ortigueira que entrou em operação no ano ado. A Companhia tem substituído volumes de exportação em contêiner por break bulk (carga fracionada) e modal rodoviário, além de um maior direcionamento para o mercado doméstico.

O aluguel de um contêiner de 40 pés, que há cerca de dois anos custava entre US$ 1 mil e U$ 1.500, hoje chega, em alguns casos, a até US$ 10 mil, segundo informações do T. Foi a situação de pandemia que provocou essa alta, por conta da falta de mão de obra, das restrições à entrada e saída de mercadorias e do congestionamento nos portos.

“Só esta nova rota não é suficiente para voltar à normalidade, tudo vai depender do mercado, precisaríamos ter pelo menos mais uns três competidores para uma maior reação e posterior estabilidade”, acredita o diretor do terminal.

“O importante é que a nova rota aumenta a concorrência, podendo baixar o custo do frete marítimo que está muito alto”, diz Nelson Costa, superintendente da Federação e Organização das Cooperativas do Paraná (Fecoopar).

Ele conta que, nos dois últimos anos, o frete marítimo dobrou de preço e o aluguel de contêineres, em média, mais que triplicou. "Além disso teve uma desorganização geral neste serviço, com muitos atrasos nos embarques e desembarques, o que prejudica o setor", aponta.

O superintendente da Fecoopar destaca também que a Índia é um grande produtor de ureia, um dos fertilizantes mais usados no Brasil, que pode se beneficiar com uma maior e mais ágil importação do produto a preços melhores.

“A disponibilidade maior que será ofertada com a nova rota não é muito grande, mas suficiente para mexer no mercado”, acredita Nilson Hanke Camargo, consultor de logística da Federação da Agricultura do Paraná (Faep).

“O frete via contêiner hoje está altíssimo, é um problema. Com mais oferta, esperamos uma redução no preço”. diz. Para Hanke, todo o setor que exporta carnes refrigeradas (bovina, suína e de aves) e o setor madeireiro devem se beneficiar.