O governo catarinense sancionou uma lei que considera aula presencial atividade essencial durante a pandemia ainda em dezembro de 2020. Segundo o texto, os pais ou responsáveis podem optar pela modalidade de educação à distância se houver disponibilidade. As aulas presenciais podem, no entanto, sofrer restrições caso estejam embasadas em critérios técnicos e científicos.
O movimento Escolas Abertas Paraná surgiu em novembro de 2020, a partir da união de diversos grupos menores que defendiam a retomada das atividades nas escolas em diferentes municípios do estado. “O movimento continua porque não é só abrir as escolas; é preciso que essa volta seja segura. A sociedade precisa se movimentar para garantir que os protocolos sejam seguidos tanto na rede pública quanto na particular.”
Na terça-feira (26), integrantes do movimento reuniram-se com o secretário de estado da Educação, Renato Feder. “Ele nos apresentou as medidas que estão sendo tomadas nas escolas estaduais. Foi uma conversa rápida, mais no sentido de nos apresentarmos”, conta. De acordo com a Seed, cerca de R$ 5,9 milhões foram investidos em equipamentos e na adequação das 2.132 unidades da rede pública estadual para atender ao protocolo de prevenção à Covid-19 definido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Mãe de dois alunos do ensino fundamental de uma escola particular de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, Daniela diz que, com as medidas adotadas pela instituição, se sente segura para levar os filhos às aulas. “As crianças, na verdade, se adaptam muito mais facilmente a uma nova realidade do que os adultos”, avalia. “Não têm dificuldade de trocar a máscara a cada duas horas, de usar o álcool em gel constantemente, de ar pela aferição de temperatura na entrada, de respeitar o distanciamento social”, conta.
Para ela, o contexto social brasileiro relega à escola outras funções que vão além da educação. “Aqui em Ponta Grossa, mais de 30% das denúncias ao conselho tutelar eram feitas pelas escolas. Hoje quem está acompanhando as crianças, com todas elas em casa?”, argumenta. “É claro que a escola não tem papel de polícia, mas, no Brasil, infelizmente, seu papel envolve outras demandas, como a alimentação e a proteção dos alunos.”
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