Entre os produtos importados pelo Paraguai via Paranaguá se destacam eletrônicos, pneus e defensivos agrícolas. Já o principal produto que sai do país vizinho com destino ao mercado externo é carne bovina congelada.
“O Paraguai tem buscado cada vez mais o nosso porto pela solução logística que oferecemos”, diz Thomas Lima, diretor institucional do T. Segundo ele, operando pelo porto paranaense, os importadores e exportadores paraguaios ganham cerca de 30 dias na movimentação das cargas. Segundo o diretor do T, depois de crescer 10 vezes em 2021, a meta para 2022 é dobrar o movimento em comparação ao último ano.
O porto de Paranaguá e, em especial, o Terminal de Contêineres, ou a ser uma solução para o Paraguai principalmente depois da crise hídrica, do ano ado, que afetou o nível dos rios, prejudicando a movimentação das barcaças, principal meio de transporte das cargas paraguaias.
A Agrotec é uma das maiores importadoras de insumos agrícolas do Paraguai. Com 33 anos de atuação, em 2020 começou a operar pelo T, em Paranaguá, para trazer suas cargas, a maior parte importada da China, Israel e Rússia.
“A facilidade e a rapidez foi o que nos levou a procurar o porto de Paranaguá”, diz Ruben Peña, coordenador de comércio exterior da Agrotec. Ele observa que na agricultura não se pode perder tempo. “Há um momento certo para aplicar o defensivo, por isso temos que estar com o produto disponível no mercado na hora certa, não podemos atrasar”, explica.
Peña conta que, em 2020, a Agrotec importou 40 contêineres. Em 2021, foram 120. Eles chegaram ao Paraguai vindos dos portos de Montevidéu e Paranaguá. “Para 2022 já contratamos 300 contêineres, dos quais 200 virão via T, de Paranaguá”, informa.
“O Paraguai tem quatro portas para o mercado externo, via mar: os portos de Santos, Paranaguá, Montevidéu e Buenos Aires”, observa o diretor do T. Ele conta que o porto paranaense tem sido bastante procurado pela agilidade na operação, mas diz que ainda há que se melhorar as condições de competitividade em relação aos portos da Argentina e Uruguai.
“Devido à taxa de importação do Paraguai, temos um custo de U$ 300 a mais para cada contêiner que entra no país em comparação às cargas que chegam ao Paraguai vindas da Argentina e do Uruguai", explica o diretor do T. Ele refere-se à taxa de istração Nacional de Navegação e Portos (ANNP), que varia para cada país. “Mesmo com essa desvantagem, estamos crescendo, mas buscamos solucionar essa situação para sermos ainda mais competitivos”, diz Thomas Lima.
No final de março, a diretoria do T juntamente com usuários do terminal reuniram-se com o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) pedindo a interferência junto ao governo paraguaio para a equalização da taxa.
Por nota, o governo do Paraná informou que "vem atuando junto ao governo do Paraguai para que haja uma equalização das taxas/tarifas cobradas junto das empresas exportadoras do Paraguai, tanto aquelas destinadas ao Brasil como as destinadas ao Uruguai/Argentina". "Como o processo ainda está em negociação, os detalhes estão reservados às partes", acrescenta.
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