Além da integração, eletrificação a3t1z

Ao o em que as cidades caminham para uma troca paulatina da frota de ônibus a combustão para elétricos, primordialmente, o mesmo deve acontecer com carros, motos e com a mobilidade ativa, como bicicletas e patinetes. Para conversar melhor com o transporte coletivo, o futuro visualiza veículos mais leves e, tanto quanto possível, no modelo de economia compartilhada: o usuário pega em um local, paga pelo uso e devolve em outro. Dali, parte para o ônibus ou o metrô. Algo já bastante difundido em grandes cidades europeias e norte-americanas.

“Isso resulta em uma ocupação mais otimizada das vias e, obviamente, em um impacto ambiental muito menor”, acredita o diretor da Minsait. Tecnologias existem para interagir dados e melhorar a integração dos transportes. E os organismos financiadores de programas de mobilidade costumam se interessar por projetos que agreguem sustentabilidade, além da possibilidade de parcerias público-privadas (PPPs).

Curitiba, capital do Paraná, gerou um modelo de transporte coletivo que inspirou 170 países no mundo todo: o BRT, Bus Rapid Transit, que conta com alternativas que agilizam os deslocamentos, como canaletas exclusivas para ônibus, estações-tubo e integração entre linhas. Mas mesmo em uma cidade que se pautou pela vanguarda, a inovação chega para atualizar a mobilidade.

Nesse contexto, a CWBus, hub que busca soluções para a mobilidade urbana em parceria com os entes públicos, está ajudando a desenhar as possibilidades para que a eletrificação dos veículos avance. “Temos que, em curtíssimo prazo, colocar em pé o modelo de transformação do transporte coletivo”, afirma o presidente-executivo, Luiz Alberto Lenz Cesar.

Para isso, não basta colocar os ônibus na rua. “É uma complexidade muito grande, que envolve a composição do ônibus em si. Tem uma bateria, um motor, o chassi, os pneus inteligentes e uma carroceria. Componentes diferentes, de empresas diferentes, que precisam ser trabalhados até que se tenha um composto único, de uma única fabricante”, explica.

Além disso, é preciso olhar para a adaptação das cidades ao receber esses veículos. A infraestrutura não se limita às estações de recarga nas garagens. “É preciso que todo o trajeto deste ônibus seja munido disso”, complementa.

A capital paranaense pretende eletrificar 100% da frota de ônibus até 2050 e pelo menos 30% até 2030. É apenas um exemplo entre as cidades que estão nesse caminho. Entre as cidades brasileiras que fazem parte do C40, rede mundial que agrega grandes municípios comprometidos com o combate às mudanças climáticas e a diminuição das emissões de CO2, estão também São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Na capital paulista, a meta é eletrificar 20% da frota até 2024.

Para que a mobilidade funcione e o transporte público seja atrativo é preciso olhar para as necessidades dos ageiros. “As pessoas buscam um ônibus que tenha mais conforto, mais agilidade e que tenha ibilidade. Não apenas ibilidade às pessoas com deficiência, mas a ibilidade de conectividade. Vamos precisar integrar todas essas células”, adianta Lenz Cesar.

VEJA TAMBÉM:

Ônibus elétrico em CuritibaÔnibus elétrico testado em Curitiba: cidade pretende eletrificar 100% da frota até 2050. (Foto: Levy Ferreira/SMCS)

Soluções que vêm por aí 622j73

De olho no desafio de fomentar a mobilidade do futuro, empresas se debruçam sobre as soluções. A Enel X, braço da elétrica Enel que atua em desenvolvimento de soluções digitais para a eletrificação do transporte público, vem colocando em prática projetos que vão da aquisição dos ônibus elétricos à definição da infraestrutura para recarga e manutenção.

“Fazemos o investimento na aquisição dos veículos e na estrutura para a operação e aplicamos isso em parcelas mensais, que cabem no bolso do operador e com garantia financeira do poder público”, explica Carlos Eduardo Cardoso, responsável pela área de iCities da Enel X Brasil.

O grande paradigma é que as cidades nem sempre têm viabilidade financeira para implementar a mobilidade elétrica no transporte público. Isso sem contar as inseguranças de como tornar possível a operação e manutenção dos veículos. “Começamos a superar isso nos últimos três anos visitando muitos operadores e muitos municípios. A partir daí iniciamos nosso projeto mais emblemático, em Santiago do Chile”, conta. Desenhado o projeto de mobilidade para a cidade, iniciou-se a operação elétrica com dois veículos. “Hoje são mais de 1,5 mil istrados nesse modelo”.

Da experiência em Santiago, a mira veio para o Brasil, onde a empresa experimenta uma tecnologia chinesa, que deu bons resultados de performance, integrada a uma carroceria produzida no país. A implementação depende de planejamento e testes, que demandam levar em consideração não apenas as necessidades do poder público, mas de fabricantes de veículos e operadores do transporte coletivo.

“Há muitas incertezas, mas o quadro muda quando esclarecemos que se aplica a mesma manutenção para a carroceria que se faz no veículo a diesel”, diz Cardoso. “E a gente propõe assistência técnica, treinamento, capacitação, desenhando projetos que tragam benefícios não só financeiros, mas de redução de ruídos e de emissões de CO2”.

Um ônibus elétrico com capacidade para cerca de 70 ageiros reduz as emissões de carbono em uma média de 118 toneladas em um ano. “Isso com uma autonomia de 250 quilômetros por dia”, completa. A empresa testou um modelo em Curitiba e tem planos de testes em outras cidades brasileiras.

VEJA TAMBÉM:

Mobilidade do amanhã 694042

A mobilidade do futuro foi um dos focos do evento Smart Cities Expo, que aconteceu em Curitiba entre os dias 22 e 24 de março, reunindo empresas e gestores públicos na busca de soluções integradas para a formação das cidades inteligentes.

VEJA TAMBÉM: