Faep crítica falta de diálogo 28573c

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) enviou um ofício ao Mapa pedindo o retorno do calendário de 140 dias, como ocorria nas safras adas. Para o presidente da Faep, Ágide Meneguette, a condição afeta em cheio a produção pondo em risco a saúde financeira de muitos produtores que dedicam suas áreas para o cultivo da oleaginosa na safra de verão, além de atingir o planejamento no campo.

Pelo novo calendário os produtores paranaenses poderão semear de 11 de setembro e 19 de dezembro. Antes, ele se estendia até o começo de janeiro.

O presidente da Faep alertou ainda sobre os impactos ao planejamento da safra e questionou a falta de diálogo entre o Mapa e o setor produtivo. “A redução do período de semeadura pouco tempo antes do plantio (menos de dois meses) causa um impacto no planejamento dos produtores, a maioria em fase de pré-custeio da safra (...) também chama atenção que tal alteração não tenha sido amplamente discutida com o setor”, argumenta.

A Faep endossa os argumentos de Ortigara e destaca que o “aumento dos casos de ferrugem deve ser analisado em perspectiva, dentro de um período mais abrangente”.

Para isso, a Federação lembrou que a safra 2021/22 foi atípica porque o Paraná enfrentou uma seca extrema, cenário que fez com que os casos de ferrugem caíssem ao menor patamar já registrados no Estado, condição que não se repetiu no ciclo 2022/23.

“Portanto, este aumento percentual tem como base de comparação o menor número de casos da série histórica de monitoramento de ferrugem, decorrente da maior seca registrada. Se considerarmos a média dos últimos cinco anos, anteriores a safra atípica, as 83 ocorrências de ferrugem asiática no Paraná na safra 2022/23 estão abaixo da média das últimas seis safras”, comparou o presidente da Faep.

A Federação sugeriu ainda que as autoridades continuem monitorando a situação das lavouras, “e se houver piora dos casos, que o Ministério discuta com o setor medidas necessárias” ao reconhecer a importância das medidas de controle na produção de soja, mas com críticas ao que chamou de “mudança abrupta e intempestiva”.

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O Mapa, no entanto, destacou que as janelas de semeadura foram definidas a partir da análise de dados do Consórcio Antiferrugem, que detectou o aumento expressivo de casos da doença no ciclo ado.

A ferrugem é uma doença que pode dizimar lavouras inteiras e o fungo pode ser levado, de um cultivo ao outro, pela deriva.

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