O ministro destacou que há fluxos de cargas tradicionais, para a Europa, que não vão mudar e continuarão saindo pelo Atlântico. “Mas, se queremos ar novos mercados, como a Coréia e outros países asiáticos, devemos exportar pelo Pacífico”, disse.
Castro destacou a importância do porto chileno de Antofagasta e de outros portos. “O Chile tem portos naturais, de grandes calados. A economia do Chile cresce em direção à ampliação de serviços, por isso seus portos ganham relevância e se modernizam. Mas, o Chile não tem carga suficiente e depende das nossas cargas”, observou.
Questionado sobre uma possível concorrência entre o porto chileno e o porto de Paranaguá na exportação das cargas paranaenses, o ministro disse que “o corredor bioceânico vai favorecer tremendamente o Oeste do Paraná”, cujas cargas destinadas à Ásia seriam exportadas via Oceano Pacífico. “Precisamos saber também até que ponto o Porto de Paranaguá vai absorver todo o aumento das produções do Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e do Paraguai que hoje, em grande parte, saem pelo terminal paranaense”, questionou.
Um corredor ligando os quatro países (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile), usando os mais diferentes modais, não é uma ideia nova. É debatido há pelo menos 20 anos. Segundo informações da Acifi, técnicos brasileiros analisaram, diante disso, a possibilidade de dez corredores estratégicos ao país, e o de Capricórnio é considerado o mais viável técnica, econômica e ambientalmente. Para viabilizar o corredor, serão necessários investir em trechos de ferrovias, rodovias, rotas aquaviárias, além de viabilizar terminais multimodais, centros integrados e uma eclusa.
A parte ferroviária brasileira no projeto é a Nova Ferroeste, com extensão de 1.304 quilômetros entre Paranaguá e Maracaju, no interior do Mato Grosso do Sul. Para atrair os investidores, em um projeto global que deverá chegar aos US$ 9,5 bilhões, estão redução do frete, diminuição de distâncias e de tempo entre destinos, além de navegação por áreas oceânicas mais seguras às embarcações.
***A repórter viajou para Foz do Iguaçu a convite dos organizadores do Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável (FILMS).
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