O superintendente de Gestão Ambiental de Itaipu, Ariel Scheffer, explica que 18% da água que abastece o reservatório é de rios da região. O que reforça a necessidade do trabalho ambiental. “Por isso esse manejo de árvores é essencial, para que as cabeceiras dos rios não sofram com erosão”, enfatiza Scheffer. n4332

Ao longo dos anos, sedimentos levados pelos rios se depositam no fundo do reservatório, o que exige cuidado especial para que a capacidade de armazenamento de água do reservatório não diminua, o que teria impacto direto na produção de energia. “Se o reservatório deixa de ter vida útil, a perda em termos financeiros seria entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões”, estima Scheffer.

Por ano, cerca de 13,4 mil toneladas de sedimentos se formam na barragem. Praticamente o mesmo montante movimentado na tragédia do rompimento da Represa de Brumadinho, em Minas Gerais, em 2019.

Volume que seria muito maior e colocaria em risco a produção de energia de Itaipu não fosse o trabalho ambiental. “Quanto mais árvores com raízes densas, mais conseguimos segurar água, evitando o assoreamento”, reforça o general Carbonell. "Acredito que em 120 anos teremos que partir para dragagem do lago, o que é extremamente caro. Por isso o manejo florestal traz resposta ambiental, mas também financeira", reforça o diretor de Coordenação de Itaipu.

Refúgio biológico 3a613n

O trabalho de restauração ambiental de Itaipu começou em 1979, antes mesmo de a hidrelétrica operar, com implantação da floresta ciliar e criação de refúgios biológicos no entorno da represa.

Porém, o ano de 1984 ficou marcado na história da usina não só pela inauguração da primeira turbina, como também pela criação do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), unidade de conservação de fauna e flora referência no setor elétrico. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, Itaipu é a principal responsável por regenerar áreas florestais no Paraná, com quase 30% de recuperação do bioma só nos últimos 30 anos.