Para o Gaeco, grupo do Ministério Público que combate o crime organizado, Richa teria implementado uma sistemática de obtenção de vantagens indevidas, “ando a efetivamente solicitá-las para os donos de diversas empresas contratadas pela Seed”. Uma dessas empresas, detalha a denúncia, seria a Construtora Guilherme Ltda. 1qt2q
A denúncia segue, afirmando que em contrapartida às propinas pagas pelas “empresas parceiras”, Fanini agilizaria o pagamento das faturas apresentadas por essas empresas. Ele também colaboraria, de acordo com o Gaeco, na formalização de aditivos “ideologicamente falsos”, além de garantir uma facilitação na fiscalização das obras por parte do departamento chefiado pelo diretor.
Para o Ministério Público, houve conluio entre os representantes da construtora e a organização criminosa na formalização do contrato de execução das obras do Centro Estadual de Educação Profissional Indígena do Paraná, localizado no município de Manoel Ribas, na região central do Estado. O contrato tinha um orçamento de quase seis milhões de reais.
Ainda segundo a denúncia, “a mando e orientação de Beto Richa” a construtora concordou em pagar a Fanini dois por cento do valor do contrato ao então governador. A essa propina, acrescenta o Gaeco, foram somados mais R$ 100 mil, “o que foi de pronto aceito”.
Este acréscimo teria sido pago, segundo o MP, em duas parcelas, ambas com dinheiro vivo – a primeira em 1º de agosto e a segunda em 30 de outubro de 2013. Em ambas as ocasiões, reforçam os promotores, o dinheiro foi deixado em um banheiro do departamento chefiado por Fanini na Seed. Os R$ 100 mil, de acordo com o Gaeco, foram recebidos integralmente por Fanini e Richa
Para o juiz Leandro Gomes, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, que aceitou a denúncia oferecida pelo MP, há nos materiais encaminhados pelos promotores provas que justificam a abertura de uma ação penal. Beto Richa deve responder por corrupção iva, e o empresário Marco Antônio Guilherme, dono da Construtora Guilherme Ltda, e o então engenheiro da Seed Sérgio Takaki responderão por corrupção ativa. Maurício Fanini, apontado na denúncia como operador do esquema, fez um acordo de delação premiada com o MP.
Em nota enviada à RPC, a assessoria de Beto Richa classificou a denúncia de “requentada” e apontou que o ex-governador está sendo perseguido politicamente. Na nota, a assessoria afirmou que Richa nunca solicitou a prática de condutas criminosas e que os fatos presentes na denúncia já foram esclarecidos. “O ex-governador continua confiando na Justiça”, aponta a nota.
A defesa de Sérgio Takaki afirma que ele é inocente e que o engenheiro será absolvido pela Justiça. Já a defesa de Marco Antônio Guilherme disse, também em nota enviada à RPC, que todos os contratos firmados com o Governo do Estado foram cumpridos integralmente. Além de reforçar que não houve nenhum ato ilícito, a defesa também disse acreditar que o empresário será absolvido.
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