MPF: Funai afirma que não há arrendamentos 6ji4p

Procurado, o MPF afirma que, com a instauração do inquérito, foram solicitados esclarecimentos à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que respondeu que fez um pedido aos índios para o ree das informações.

De acordo com a Funai, "não ocorreu o plantio de soja, sendo opção dos indígenas o plantio de milho no local desde a reocupação da área”. Segundo o MPF, os “indígenas prestaram contas da venda da safra de milho, informando como o dinheiro foi aplicado em prol da comunidade indígena”.

“Considerando que os indígenas da Terra Indígena Apucaraninha reocuparam uma grande área da fazenda Tamarana, inclusive a sede desta, e que o caso está judicializado, inclusive com ordem de reintegração de posse aguardado cumprimento, o MPF aguarda o desfecho da situação em juízo, pois tendo o MPF comparecido no local recentemente constatou que na área não há nenhuma cultura plantada”, declarou o MPF ao ser questionado pela reportagem.

Natalino Marcolino, o cacique que teria fechado o acordo com um terceiro para o arrendamento não está mais no comando da comunidade indígena e não foi localizado para comentar as denúncias. O novo cacique, Jucelino Vergílio disse que não tem conhecimento sobre o assunto. “Faz três meses que assumi, agora que estou mexendo as coisas aí e não estou por dentro dessas coisas não”, respondeu.

A Funai não respondeu aos questionamentos da reportagem.

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Procurado pela Gazeta do Povo, o agricultor Edvaldo Tagliari disse que chegou a plantar na terra mas numa parceria com os indígenas e apenas para o cultivo de milho.

A soja tem plantio proibido em áreas indígenas, além de ser ilegal o arrendamento ou cessão de terras invadidas. Segundo ele, o plantio foi de duas safras, uma de verão e outra "safrinha" há alguns anos, que não sabia se tratar de uma área invadida.

Ele alega que, assim que soube dos problemas envolvendo a área, deixou de cultivá-la. De acordo com ele, a parceria firmada com os indígenas envolvia o pagamento de recursos em espécie, mas que não se recordava dos valores.

Tagliari chegou a dizer que o acordo havia sido feito com o ex-cacique Natalino Marcolino, mas voltou atrás e disse ques um terceiro teve o papel intermediador no negócio, segundo o agricultor. Ele negou ter utilizado documentos de outras áreas para a compra de insumos para cultivo das terras invadidas e justificou que “jogou no local um milho de paiol”, motivo da aquisição de sementes.

Os proprietários contestam a informação e, na denúncia, apresentam imagens da área cultivada com soja, milho e trigo referente a diversos ciclos produtivos. “Quando fiquei sabendo desses problemas todos, cai fora”, disse o agricultor à Gazeta do Povo.

Tagliari confirmou ainda que chegou a cultivar em parte dos 5 mil hectares na área do aldeamento e que isso nao ocorre mais. Os atuais arrendatários, que ainda não constam na denúncia crime e os proprietários analisam como incluí-los à demanda judicial, foram procurados, mas não atenderam à reportagem.

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