Esse desenvolvimento aos poucos atraiu empresas da chamada nova economia, embora de maneira ainda tímida. “Queremos incentivar a diversificação do nosso polo industrial, mas com tecnologia, aproveitando esse potencial que Araucária já tem”, diz o secretário da prefeitura.
Entre os representantes da nova economia, a principal indústria na área de biotecnologia é a dinamarquesa Novozymes, líder mundial em soluções biológicas, que mantém uma planta em Araucária há 30 anos, quando integrava o grupo Novo Nordisk, do qual se separou em 2000. Produtora de enzimas e microrganismos, a empresa está por trás de inovações nos setores mais diversos da economia do país. “A maior parte dos produtos zero lactose vendidos no Brasil utilizam uma enzima da Novozymes”, conta Ângela Fey, relações públicas da companhia para a América Latina.
Araucária também é a sede da representação sul-americana da finlandesa Valmet, líder mundial no desenvolvimento e fornecimento de tecnologias, automação e serviços para os setores de celulose, papel e energia. Outra empresa que se destaca é a nacional Imcopa, responsável pela marca de óleo de soja Leve, uma das líderes mundiais no processamento de soja não transgênica com certificação de rastreabilidade.
Reduzir a dependência econômica de uma refinaria de petróleo é preparar-se para os novos tempos. “Pode ser que daqui a 20 ou 30 anos o consumo de combustíveis fósseis caia drasticamente”, diz Carvalho. Além da presença de indústrias que hoje são referência nacional em pesquisa e desenvolvimento, Araucária conta com uma grande área territorial, propícia para o desenvolvimento de produtos biotecnológicos voltados à agricultura e à produção de alimentos e de energia.
Somada a esse quadro está em curso nos últimos anos um crescimento acelerado da população. Entre 2010 e 2018, segundo estimativas do IBGE, o número de habitantes subiu 18,7%. A população de Curitiba, como comparação, aumentou 9,4%. Esse crescimento é visto com bons olhos pela cidade, que vê potencial para desenvolver mão de obra especializada para o município. “Hoje muitos empresários trabalham aqui, mas moram na capital”, conta o secretário de governo de Araucária.
Segundo ele, projetos de recuperação e preservação de recursos naturais em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão em discussão para assegurar um crescimento sustentável e a manutenção da qualidade de vida no município.