De qualquer maneira, essa evolução na dívida pública projetada pelo FMI mesmo em caso de cumprimento das metas fiscais do arcabouço não surpreende. Afinal, a regra fiscal de Haddad prevê aumento real da despesa independentemente da situação econômica do país, e trabalha com superávits primários – que não incluem os juros da dívida – bastante tímidos em comparação com o que seria necessário para conseguir o superávit nominal, aquele em que o país efetivamente arrecada mais do que gasta, incluindo aí os juros. d6b72
Em resumo, por mais belo que seja o desenho na prancheta – quem não quer crescimento com inflação baixa e emprego para todos? –, o tríplex econômico do governo Lula está assentado sobre um alicerce muito frágil, calcado apenas em um aumento de receita sem um esforço correspondente no corte de despesas. As rachaduras não demorarão a aparecer, colocando em risco o edifício todo. E, se ele ruir como ruiu em 2015-16, também graças ao caos fiscal, mais uma vez o país inteiro será castigado e precisará trabalhar muito para reerguer o que a inconsequência dos “engenheiros econômicos” de Lula terá causado.