O governo e a atual direção da Petrobras, portanto, não se importam em jogar de volta na lama o bom nome que a estatal vinha se empenhando em recuperar desde o segundo semestre de 2016. Em nome do estatismo, vale até mesmo romper um contrato já assinado – se não do ponto de vista estritamente legal, pois a frieza técnica dirá que houve apenas uma expiração por falta de cumprimento de certas condições, certamente o é do ponto de vista moral, pois esse descumprimento foi deliberado, de forma a inviabilizar o acordo já feito. Um procedimento típico de repúblicas bananeiras. 1k1b13

Clovis Greca não irá apenas pedir indenização na Justiça; na entrevista ao Estadão, ele também prometeu deixar de investir no Brasil. “Vou investir em outros lugares, que queiram ter empresariado com investimentos sérios, de gente que quer construir algo”, afirmou. Não se trata, afinal, de simplesmente parar de contratos com o Estado, mas de evitar todo um ordenamento legal e judicial ainda bastante hostil ao empreendedor. Não há como reprová-lo pela desilusão após levar uma rasteira como essa. Se “o Brasil voltou”, como diz o slogan petista, a Petrobras também voltou às mesmas práticas que arruinaram sua credibilidade no ado. No entanto, é inútil esperar que, após sujar o nome, uma Petrobras que é capaz desse tipo de artimanha já não encontre ninguém disposto a fazer negócio com ela; o ado e a Operação Lava Jato mostraram que, infelizmente, há muitos ainda interessados em dançar conforme aquela música que, ao menos por algum tempo, o Brasil sonhou ter ficado fora de moda.